segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Desejo


Ainda me lembro do teu ultimo olhar
posso sentir os teus olhos fitando
Os meus movimentos, me admirando
quando nem eu mesma conseguia admirar...

Ainda me lembro do teu ultimo toque
Tuas mãos deslizavam no meu corpo ardente
O fervor daquela noite, chama ascendente
De um amor confuso e cheio de retoque

Ainda me lembro das tuas palavras
Dizendo que me queria naquela noite
E que o céu e o inferno não eram tão longe quanto nossas mágoas

Ainda me lembro quando vimos a senoite
surgir como bala no meio de nossos abraços em névoas
Tão delicados, tão profundos e tão rápidos como uma pernoite.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Oceano dos Sentimentos

Cá estamos, querido amor meu
Na beira do precipício que construimos
As águas lá em baixo estão destruindo
A felicidade que experimentei do lábio seu

Dê-me sua mão, mais uma vez
Para abraçar a senhora encapuzada
Está nos aguardando tímida e calada
Com nosso leito de amor que carinhosamente fez

Dê-me mais um beijo, mais um veneno
Mais um vício que me destruiu pouco a pouco
E que me levou, trouxe e cá estou nesse inferno ameno

Dê-me seu toque, seu olhar rouco
Que me esquentará; o frio não mais temo
Pois já respirei a última gota desse vazio louco...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A Engenharia das Horas

O som atordoante do relógio. Ele chora...
Badalando na constante tristeza dos dias
minutos passam e, junto, certezas minhas
se esvaem no largo ponteiro da hora...
 
Quando chega a três, o acumulado desespero
Guardado na lágrima que agora pertence ao vento
Moi em poeira, antes vida, que o "sábio" tempo
Pediu-me pra esperar, sofro mais que espero...

Passando das cinco, até meia noite
Destilo sangue dos cansados olhos meus
Tentando arrancar minhas lágrimas com a cumplice foice...

No ultimo badalar, lembro dos olhos seus
Invadindo minha alma, e antes que a lembrança se fosse
Já me afogara em meus pulsos breus...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Timbre Singular


Quando os olhos, na multidão, se tocam
Os selos se entrelaçam perante o destino
como fio de seda forte e fino
Tecidos no acalanto sentimento em que se formam

Quando os ouvidos param e escutam
Os sinos oriundos de tua corda
Som vibrante, fascinante que me recorda
Tua voz em cada batida que meus musculos pulsam...

Quando penso em que os dias
poderiam ter me agraciado com um presente
lembro do som do teu nome nas primícias

Guardo, no entando, em mim o sentimento
De um dia poder te dizer sem economias
O quanto faz-me bem o som dos teus batimentos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Anel de Níquel

Eu coloquei aquele vestido amarelo
para ter certeza que tu me notarias
não sabia se me olharias ou fingirias
mais uma vez a minha presença em farelo...

Eu coloquei aquele laço
para tentar fazer com que ele nos unisse
Contudo, prendi-me na agonia, e antes que conseguisse,
tu fugiste sem me deixar sequer um traço...

Hoje eu guardo aquele papel
que tu caridosamente escreveste teu nome
as mesmas linhas que lapidei no destino cruel..

Quiçá, se não fosse um pulso tão revel
Poderiamos amar-nos num codinome?
Se tu desejares, eu posso ser apenas metade de teu anel.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A Acidez das Lágrimas

"A gente se vê", e num importuno instante
eu ja sabia que não nos veríamos mais...
que tudo aquilo era semente de ilusão que jamais
cresceria numa realidade que queriamos constante..

As lágrimas amargas de um sonho doce
desfizeram-se em acido forte e corrosivo
que queima o rosto e desfaz o sorriso
que guardei, sem pensar que aquilo, o término, fosse...

Hoje, contento-me em chorar às escondidas
um amor que destilei em saudade
e que traduziu em separação de duas vidas..

Duas vidas que sempre foram uma verdade
Que o tempo mentiu. Agora, restam almas perdidas
nadando nesse sal de lágrimas sem prazo de validade..

sábado, 13 de novembro de 2010

Adrenérgicos



a noite clara e branca enaltece
a escuridao que o sol impregnou em mim
e os dias passam sem começo ou fim
nesse insustentável peso de tudo que padece...

A chama amiga do nosso ultimo beijo
que ha muito tempo esqueceu-se nos meus lábios
hoje é lembrança que fica nas palavras dos sábios
dizeres que amaldiçoaram nosso maior desejo.

E dizemos muita coisa, dizemos muita besteira
muita dor, muita tristeza, muita adrenalina
que perdeu-se como sinal entre tanta poeira

E nos cantos deste coração cheirando naftalina
Só me resta manda-lo em retalhos para uma costureira
para bordar as ultimas feridas dessa falta maligna...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Batida de Verão



Era um vestido lindo, e entre tantos nós e laços
iria realizar uma das grandes fantasias minhas
achava que o amor era dança, em que tu tinhas
que apenas deixar-se ser, em desorientados passos

Naquela noite, sentia que o amor de 7 bilhões de corações
estava concentrado dentro de meu peito, explosivo e arfado
ar escasso, mil esperanças, sonhos voadores, um sorriso armado
E nada poderia estragar a noite que escreveríamos as nossas canções

Como Cinderela, Branca de Neve, e todas as princesas
Achava que um dia encontraria, não meu príncipe, mas sim
Alguem que pudesse me dizer com convicção: "enfim
Nos achamos, obrigado por sempre ter deixado as velas acesas".

Não como um beijo e um "felizes para sempre"
Mas com um toque, uma palavra e um olhar furtivo
Sem "pra sempre", só amor, sentimento mais que vivo
E vontade de estar juntos, tocando no mesmo timbre

Não é de minha vontade viver um conto de fadas
em que tudo majoritariamente deve dar certo
quero viver perigos, incertezas, erros e estar perto
para mostrar que, na escuridão, as mãos podem estar dadas.

Talvez seja isso, talvez seja tudo que eu queria
Mas para isso, é necessária da solidão ser amiga
do sozinho, ser uma companheira bem antiga
E entender que o juntos sem o sós jamais o seria

Eu quero ter a sorte de poder dar e dizer 
A alguém que de longa data já merecia
Uma vida tranquila recheada de maresia
E poder nos perder nas ondas do ser sem ver... 

Tudo isso, eu queria poder ter dito, a sós
Num sussurro, num suspiro, em soluços
Naquela noite em que dançamos juntos
E que eu era você, e você, uma fração de nós.
 





sábado, 30 de outubro de 2010

Metade de 4

Uma vez, minha mãe calmamente disse
que para cada passo que eu daria
existiria alguem que os desfaria
e me faria crer em toda essa linda tolice

Tolice que comumente chamamos de amor
Uma batida insana, um afago intenso
Uma confusão sináptica, um abraço imenso
que nos consome e nos faz sorrir em plena dor.

Mas esse amor é diferente, não é igual
ao dos filmes, das histórias, dos contos
É um amor adulto, cheio de decisões, imoral

Um amor que teve que crescer, abrigado em um sentimento surreal
mas que, mesmo assim sonha em unir esses isolados pontos
e voltar a desenhar somente corações, que antes era o ideal..

sábado, 16 de outubro de 2010

Dança Cinzenta

Na alvorada, fecho os olhos e vêm as lembranças
do teu nascer sutil entre as nuvens
olho agora ao redor e nelas, tu vens
destilando cinza em um leque de desesperanças

E o céu se fecha como mente sem danças
sem pares, sem passos, sem personagens
difundido somente as lágrimas que tu tens
entre fumaças, tragos e bonanças.

Agora anoitece, e junto vem a imagem
do tempo em que éramos apenas eu e você
ou apenas uma fração de nós em longa metragem..

E no meu quarto, acendo a chama amiga clichê
banho-me de fumaça, trago e bobagem
e reconcilio-me com a tristeza guardada em dossiê.


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tentativa de te Dizer

Não adianta mais, não quando a gente
tenta avisar do perigo latente
que se aproxima intensa e vagarosamente
da moradia da tua alma incansavel e inconsequente.

Não adianta lutar por ti, vivente
de desilusões e medos de um passado recente
Estais cego de um futuro que não é de teu presente
e que não se fará presente nos teus dias constantemente.

Eu, agoniada lágrima que não cansa de ir em frente
em avisar-te do abismo que te colocas cegamente
em achar que tudo mudará e saira do sentimento intransigente

Por mais que consuma tua alma, desbrave tua mente
Acenda a vela amiga e ouça da palavra minha que sente
que se entrares nessa fenda, nela permanecerá eternamente.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Monólogo de uma Alma Presa

ela não sabia se chorava, ou se engolia tudo de uma vez...
ela não sabia se sonhava, ou se matava tudo, como já o fez...
ela não sabia se acreditava em esperar ou padecer...
ela simplesmente não sabia de nada,
do inconveniente, do acaso..
inalcansavelmente arraso
toda a esperança que eu semeava, agora, está a falecer...

como patógeno indigente, como levedura inconsequente
como bacteriófago intransigente, experimentar invasivamente
um tratamento elétrico, uma confusão nos meus impulsos
fechando os olhos lentamente, quem sabe nos é conveniente...
ouvir os aplausos da nossa dramaturgia trágica e falida
fechar as cortinas pela ultiva vez, nossos últimos pulsos..

rasgando a carne, implorando pelo fim,
de um começo que nunca iniciara
de uma vida que tendeu e findara
no vício desumado do humano putrefado em seu festim...
festim? celebre! pois mais uma caixa chegara...
és d'alma da sóbria bêbada de sonhos
daquela que acreditou intensamente nos seus escombros...
jamais realizados, empoeirados, na caixa do tempo esquecera...

e ela não sabia se gritava por socorro,
imploro, gemo, choro ou corro?
correr pra onde? não existe solidão
não quando se constroi um abismo de monstros e podridão.
não existe sonhos brotando deste chão
não existe luz oriunda desse clarão
cujas luzes são irradiadas de escuridão
jamais apagarão
jamais desaparecerão
eternamente no meu abismo oculto ficar-se-ão.


entao por que não deixas-me ir?
por que não deixas-me dormir?
por que não permites-me sorrir?

por que não cedes-me o direito de ruir?
só mais uma vez. nesse abismo sem ir ou vir...


deixe-me ir.
deixe-me correr.
deixe-me sorrir.
deixe-me dormir.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Poema Incompleto

E foi quando eu vi
Que de erros inatos
E de certezas, de fatos
Desperdicei a vida que não vivi

E foi quando eu percebi
Que de sentimentos ingratos
Que de sensações em colapsos
Matei toa a felicidade num gole de dor em que bebi. 

Diga-me, quem ousaria completar essa meia-história sem vida?

sábado, 11 de setembro de 2010

Dez e Trinta e Dois

Abro os olhos e desfaço-me dos sonhos
que por horas incessantes vivi na escuridão
do quarto, do pseudo-abrigo, da minha prisão
de ilusões desgastadas, ares enfadonhos

Quando vejo, encontro-me em olhos tristonhos
Espelhados numa imagem de trégua e submissão
A alma está cansada, o corpo em depressão
Da oxidação gradativa dos dias medonhos.

Mar aberto, com seus barcos de esperanças
que navegam por suas tormentuosas chamas
No dilúvio das doces e amargas lembranças

Afogo-me no teu leito, e tu ainda me chamas
Para afundar-me um pouco mais e, por fim, tuas lanças
Cravar-me-ão o peito e tirar-me-ão as restantes flamas...

sábado, 4 de setembro de 2010

(Re)encontro

Mais um dia nasce, na abóbada estrelada
Mais um dia morre, na minha triste alvorada
Mais um dia se consome, na imensidão da vida
Mais um dia se perde, na ilusão da ida sem vinda.
 
Mais uma vez, estamos perdidos, nessas ruas memoráveis...
Nos nossos corações chorosos e inconsoláveis
Na nossa distância perpétua e inexorável
Na nossa partida dolorosamente sempre recordável...

Ver-te-ei algum dia novamente?
Para poder te dar o abraço que tornou-se incoerente?
Para poder dizer tudo que ficou preso na mente?

Ver-te-ei? Ora, sente...
nesse banco que construi com os escombros da gente..
Note: a lua está chorando a chuva que banhou nosso adeus, no poente...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Um Copo de Coca-Cola

Lágrima, doce alma vagante,
Desbrava os rostos daqueles sofridos
Salga a pálpebra e incha os olhos doídos
E devolve a acidez da tristeza amargante...

Como vela, cuja chama cambaleante
Queima a escuridão dos pesadelos malditos
Sôfrego ar dos pulmões esquecidos,
Agora colabados, apagados como vela ofegante...

Bebo desse veneno castanho, puro aspartame,
No princípio de afogar os dias que tentei esquecer,
mas, Deus, por que a verdade deve sempre matar-me?

Então, deixe-me da minha queda beber
Deixe-me do meu sangue enxugar-me
Para morrer da pior morte que pude conceber...

sábado, 14 de agosto de 2010

Grito da Noite


A noite chega, e o medo sombrio surge
como faca fria a cortar meus sonhos
transloca felicidade em monstros medonhos
que trazem a escuridão que no meu peito urge

Com seu toque frio, a tristeza ressurge
e aquece toda a felicidade em escombros,
toca a melodia que traz os prelúdios
da madrugada que no meu peito insurge...

E venta lá fora, ouço o murmúrio
Do grito que a noite ecoa na janela...
Lágrimas que a chuva leva em injúrio.

O sonho termina, já é visivel a estrela,
que repousa no céu d'alma pintado em mercúrio...
e reza no embalo da triste cambaleante vela...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Inverno


Gélidas árvores descansam seus versos,
Na umbra de um sol que não mais nos pertence
E a folha, trêmula, o chão aquece
Simbolizando a última instância dos finados ecos.

Vidas congeladas, sonhos que estão imersos,
Engolidos pela neve fria que aqui falece
Jamais vislumbrarão novamente a luz que enaltece
A alegria de serem tudo, e não os restos

E eu permaneço, ando nesses caminhos frios,
Sem rumo, sem vida, sem ar, sem sequer um fio
De esperança para motivar o coração a pulsar os calafrios...

Olho ao redor, a vida é um grande desafio
para aqueles que nadam contra esses congelados rios...
que inundam minha alma como um naufragado navio....

agradecimentos a Fernanda Stapenhorst, pelos 18 mil quilômetros de viagem e pela palavra que originou este fim.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pulso

 
Pulsa. o coração não para, não se rende
pulsa, soluça, com o  intruso, obtuso,
pulsa o sangue, d'alma avulsa, do verso confuso
e escarra saudades, caos absoluto, putrefado tende.

Pulsa, com arterias escleurozadas,
esvai-se em sangue e a abstinencia recebe
sem ar, sem vida, só um suspiro concebe
no intuito de o ar alcançar, células necrosadas.
 
Pulsa, o fim está a caminho, as cores, tudo mudado,
de vermelho, ao preto estamos nos tornando, respirando
pulsando? a frequencia está decrescendo; o pulso, calado...

Pulsa, mais uma vez! como se o ar próprio estivesse suspirando
pulso cansado, atordoado, inevitável, despedido...
E empregado na eternidade das almas que aqui ando.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Poema Triste

 
Já tive épocas em que a vida
Foi, cada dia, um sorriso radiante
Cada dia, um abraço contagiante
Cuja luz apagou-se, com a, de sua sombra, vinda.

Por que viestes? Sois desumano,
Arranca o coração meu, e continuo pulsando
Como zumbi andante, sem rumo, clamando
Por misericórdia de teu ser profano.

Agora, a profecia cumpriu-se
Eternamente, na tortura estarei
enjaulada no remorso que permanece...

Mas, sabeis, alma ilúcida, ver-te-ei
no abismo do inferno, o mesmo que tua alma concete
a prisão para a vida que findei.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Relógio


Saudosa infância, já faz muito tempo
Que não brinco com a querida boneca
Ou tomo o leite na colorida caneca
que os dias tornaram em po e vento

E a pracinha, eterno berço de compaixão
Escudo da tristeza, do ódio e da solidão
agora, és cinzenta, imunda e em vão
toda a alegria fora; és dor, corrupção

Tempo, inerente, com personalidades impetuosas
Cresci. e agora? sorrir, desaprendi outrora
Sou monstro das tuas horas impetuosas

Escrava dos segundos, presa do relógio, ora
badala na tristeza, ora nas lágrimas silenciosas
na eterna frequencia da cansada hora....

Amanhecer da Noite


Abro meus olhos, mostro-lhe a alma
O sol aquece, com suavidade, minhas mãos
E por mais fria que for a solidão
Não anestesia a dor, constante e calma

Levanto-me, olho-me no espelho
Vejo tudo que pode ser e não fora
As oportunidades, hoje é lembrança que mora
Na tristeza que tornou o novo em velho

Os dons, que tanto me orgulhei
Se esvaem como as folhas no outono em tarde
E a vida fca, putrefada da vida que sonhei

Agora, abro a cicatriz, que sangra e arde
Cicatriz cujo sangue corrompido banhei
A infeliz história que, o meu coração, invade

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Monstro


Eu, quimera ambulante, enfadada da tristeza,
Sepulto os infelizes no meu coração putrefado
Julgo o amor por homícidio culposo de meu corpo arrancado
e de minh'alma funesta; sem dúvida, tampouco certeza.

Eu, quasímodo dos meus problema,
carrego a pesada solidão dos dias
e por mais chances que tu, amor, me concedias,
o fracasso é inerente, meu eterno emblema.

Eu, criatura amordaçada e eterna, sem fim
não me banhei dos prazeres que a vida ofereceu
coube a mim o destino de lutar pela alma enferma, enfim

Eu, ser desumanizado, cuja vida viveu
para a satisfação daqueles que não tiveram escolhas entre não e sim
Sou apto a morrer na esperança de vida, que não me concedeu...

Adeus.

Adeus. Foi tudo que poderíamos ter dito,
naquela hora fatídica do destino, ela parou
ele, por sua vez, nada se espantou
pois a profecia cumpriu-se, o real tornou-se mito.

Adeus. Foi tudo que poderíamos ter sentido,
o amor, cinzas de uma grande queimada
o carinho, cicatrizes de quem fora amada
a tristeza, enchente que inundou meu sentido

Adeus. Como poderíamos?
Nada mais restou, nem ódio já existe...
Defuntos sem alma, nada mais sentiríamos...

Adeus, este é o fim que insiste...
Em dar-nos adeus para o amor que nutríamos
como uma bela colheita que teu ser, a disseminar persiste.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Monólogo de um Amor Proibido

e desde o dia em que te vi
as flechas do brincalhão cupido atravessaram-me
e por mais indigno este amor, mata-me
de vontade em abraçar-te num sonho que jamais vivi

e deste monólogo amoroso proibido
jamais nunca saberás que te amo bem baixinho
e no canto do coração, esconde-se o ninho
de um romance que jamais fora escrito, jamais vivido

Triste comédia, como isso pudera acontecer?
o coração bater, logo por ti, que jamais me olhou
de verdade, de amor, sem, por instantes, esquecer....

por que, logo tu, ousou
acelerar o meu ritmo, sem novamente aparecer...?
e agora,meus olhos permanecem úmidos, olhos que tu jamais olhou...

domingo, 13 de junho de 2010

Castelo das Recordações


Outra lágrima, outro gole
Desfazemo-nos em versos tristes
E, apesar de negar, no frio tu existes
Como forte vento que, meu jardim, engole

Já fomos leves, calmos como as plumas
Que um dia afagaram nossas vidas, mãos
Agora nos perdemos, sem nada, para recordar, vão
E findamos como invernais, em dias de sol, brumas

E, agora? Desejas mesmo tudo jogar fora?
Como dantes fizera? meu coração, lixo, fora?
Como são infiéis teus versos escritos outrora..

Contudo, sabeis, somos parte de um destino, ora
Nos sorri, ora nos coloca dele fora
Mas em mim, tua sombra jamais sairá do calabouço onde mora.






domingo, 23 de maio de 2010

Vergonha

A persistência dos dias em passar
Perdura a dor de viver em vazios
E por mais quente que sejam os fios
São fracas as ligações cuja tendência é findar

Os lugares onde vou, frios de sorrisos,
Gélidos de amor, putrefados de "amigos",
Banhados por mentiras, fins sem avisos,
E recomeços sem começos, vácuos de apreços.

Tu! Esconda-te! lá eles vêm!
Os hipócritas humanos, os falsos companheiros
Matando, aos poucos, o que não lhes convêm

A Natureza é sábia, seus fins são derradeiros,
Pois nada escapa da sabedoria que nela tem
Em desimar nossas almas sem inícios ou meios.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Fuga

Desde o dia em que, no mundo, colocaram-me
Das estelas e das nuvens, fiz meu luto
tristes fins, vagos começos, permaneço e luto
Por um espaço que não destinaram-me

Hoje, no meio da multidão, escondo-me
Pois a solidão é inerente à humanidade
Contudo, por mais humano, a dignidade
não é inerente ao vazio que envolve-me

E mesmo rodeada de rostos lapidados,
Lindos, felizes, falsos, contudo
são desiguais os sentimentos fadados

E por mais que eu tente nos meus achados
a vida disse-me, na primeira inspiração, tudo
"Serão cordeiros e por seus própros serão predados"

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Mar Aberto

Tristes são aqueles réus que agora julgam-se
até fim dos tempos por seus erros acometidos
graciosas assombrações dos mártires esquecidos
que vivem em lembranças que agora desgastam-se

Tristes são as folhas,que no outono findam-se
Num honroso ato imemorável nesses versos falidos
Caem longas quedas por seus anseios reprimidos
E em sua transpiração, lágrimas escondidas abraçam-se.

Triste são os homens, que se afogam nas mentiras
Translocam céus azuis em cinzentos eternos dias
Traduzem felicidade em solidão, noites frias

Tristes somos nós, nesses caminhos sem moradias
sem chegada, sem partida, sem abraços, ou despedidas
Fadados a essas barcas de solidão dos dia-a-dias.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Rabiscos Letais (Lágrimas Insalúbres - Parte 3)

Daquelas cartas que um dia li,
no momento, soltei um suspiro insano
e naquele triste momento, o sorriso do desengano
brilhou na face triste que sepulto em ti.

Quando retornei a ti meus pensamentos, vi
as sombras do jazigo do nosso amor profano
Por que, vida ingrata, martiriza-me, ano após ano?
Em carregar o cadáver de um pulso? ousei e senti.

Agora, aqui enterro minhas mentiras
desolação, solidão que trago junto a mim
Esses rabiscos em papéis, que da alma tiras

E no contar dos meus batimentos, enfim
Posso então sossegá-los... por que ainda me miras?
Se a única solução é nos meus dias pores um fim?

quinta-feira, 11 de março de 2010

Cartas Vazias de Amor. (Lágrimas Insalúbres, Parte 2)

Eu olhava para aquelas cartas vazias,
Na sombra de uma voluptuosa escuridão
O quanto meus sonhos dispersar-se-ão
Findarão num triste desejo de retorno sem vias.

Eu olhava para aqueles tímidos versos,
Cheios de amor que d'alma fora arrancado
Eu sonhava no ínfimo disfarce, do meu peito, arfado
Contudo, a infelicidade do acaso tornou-nos controversos.

Eu olhava para o nosso final nem um pouco feliz
E vislumbrava uma vida que tudo tivera para ser e não fora!
Eu sonhava, em matrimonio com a alma tua, sim, eu o fiz!

Mas agora tudo não passa de mera lucidez, alma, ora!
Minha rica e amada felicidade desfez-se como a morte da mais bela lis,
Mas ainda guardo comigo um pedaço de um coração, que destinado a mim, se fora...

domingo, 7 de março de 2010

O Grito Dos Esquecidos (Lágrimas Insalúbres Parte 1)

Sob velas a chama enaltece
a triste história que na cova se afunda
dos tristes lamentos da vida, que vos inunda
do desespero insano de meu sorriso que falece

Sou triste por amar mais do que o ser
e do desencanto acalanto fiz meu pranto
insano, profano, oriundo do desengano
de amar, matar, vacilar mais do que querer

Imunda e escura alma, eu vos chamo!
para um mar de lágrimas afogar-te
e no inquieto canto embebedar-se, eu amo!

Vinde oh! obscuridade, grito, clamo-te!
para mais uma vez embelezar-me de ti, óh como clamo!
e num minuscioso beijo, despedir-me sem tocar-te!

quinta-feira, 4 de março de 2010

The End of the Day

 
i wake up and the day ends like a sight
in a sad sight of death behind
and the rain falls over the blind
of a failed life i had by a tight

Maybe a dream decodes my fight
of a broken thought i deserve, unkind
and someone to bruise, i'll always find
to hurt your heart and turn off your light

Am i a beast? everytime i myself asked
or am i broken dreams? maybe
You'll be fogy, and with the answer i'll be corrupted

but i know, i fated to live with the pain inside of me
and deep in my hear i know, i've reached
the mainly code of our misery "human: to be"

segunda-feira, 1 de março de 2010

Funestas Linhas (O Jantar da Meia-Noite parte 3)

Sobre tristes encantos, seu abismo ela tece
que findam nas tumultuosas linhas do tecelão
Rubras víceras dos passados que agora irão
Perder-se em amor e medo que aqui falece.

Da vida, conclui o exorcismo da minha sorte
Fortunosa fibra que une sorrisos a tristezas
Oh! Minhas tristes lágrimas insistem em incertezas
Das quais, como vivi puramente para a morte!

E tu, que perdido em meu apocalipse encontra-se
Doar-te-ei as lágrimas minhas; meu acalanto
Da triste história que me envolve, Ah! se contasse...

Transmutaria risos vastos em ínfimo pranto
Do corpo melancólico, vazio que agora auto clama-se
A torturosa dor de viver em completo desencanto

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Imperativos Tirânicos ( Jantar da Meia-Noite parte 2)

 

Beije-me! Feroz e lentamente
Como se o último suspiro devesse-me
SOu cega de dor, amor e não contento-me
Em viver da triste miséria nossa, permanente!

Ama-me! Feroz e lentamente
Como se teu último pulsar pertencesse-me
Sou carente do teu corpo, e dele quero fazer-me
Moradia incansável e, em ti, incoerente

Possua-me! Feroz e lentamente
Como se teus olhos apenas nascessem para enxergar-me
Sou teu receptáculo ínfimo, aparato oblíquo, oh! cala-me
Para apenas dirigir minhas palavras a ti, eternamente!

Mate-me! Feroz e lentamente
Como se tua faca fundisse em mim para dizer-me
Que o cessar da vida não há de temer-me
Pois sou fria coomo o riso em nós remanescente

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A Ceia da Última Certeza ( Jantar da Meia-Noite parte 1)


Sou triste por opção que a vida fez
Em sentenciar o sentimento puro ao esquecimento...
E de que vale o mundo vazio? não me contento...
Em perder os entes amados que a vida desfaz.

Sou triste, mas não porque quis
Tive tudo que a felicidade pudera oferecer!
Mas o vazio em mim, impossível é de se esquecer
Pulsa em dor o pranto que, em solidão, satisfiz.

"Viva o momento!" todos hão de dizer-me
Mas, caro amigo! não consigo sequer o coração enganar
Da solidão funesta que a morte há de fazer-me

É a certeza, meu querdo, que ainda há de nos assustar
QUando em minha porta, olhar e dizer-me
"Vim para esta noite, ao teu lado, ceiar".

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Um Dia Qualquer de Outono

Era outono, e na relva resplandescente,
Ela se embelezava no fervor das folhas tímidas
Oh! Rico luto, também experimentado pelo rei Midas
Em que tudo que tocava, ouro fizera-se permanescente.

E da triste aura embebedou-se a sua senhora,
repousando suas gastas botas em plátanos que agora findam
Em seus ínfimos pensamentos, seus olhos insistem e ficam
Ruminando o martírio de uma estação sem estar em sua hora.

Vertendo em águas, seus olhos umedecem
Em desejos que já se foram, faz-se sua duradoura moradia
lapidada com as cinzas do tempo, fadadas, elas crescem  

Ao perfurarem seu coração, ela saboreia a alegria desvanecida
e em seu íntimo as incertezas permanecem
como uma singela lembrança de um outono em dia.


Mellanie Dutra

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Parada Obrigatória!

Dizem que receber um elogio de um amigo é algo fascinante. Receber um elogio de alguém que não te conheces fisicamente ou que simplesmente lê as entre-linhas que tu propões é algo deverasmente fascinante e de dificil agradecimento. Talvez, nada esteja a tua altura, Quasar, mas aceite a minha recíproca indicação e meu singelo agradecimento. http://o-quasar.blogspot.com/ SUPER indicadíssimo, belas palavras e acima de tudo, muita reflexão para aqueles que têm a mente bem aberta. Obrigada pelas palavras e espero, um dia, crer nelas da mesma forma em que tu crês.

Indico, no mais:

www.poesiasdeguardanapo.blogspot.com - palavras certas no assunto certo. um blog melancólico porém necessário para a compreensão dos nossos mais profundos sentimentos.

www.eunaoseifalar.blogspot.com - poemetos simples, de fácil interpretação, contudo cheios de sentimentos gritantes. minha amiga lucy preza sempre uma boa conversa entre seus textos.

www.pipocasemacao.blogspot.com - criticas sobre cinema contemporaneo, um dos melhores blogs de criticas que ja li! embora eu não goste muito de cinema -prefira ler, sempre!- este blog, assim como www.cafecommeleleite.blogspot.com, fazem-me ter vontade de assistir todos os filmes criticados!

http://kobolldentuco.blogspot.com - um blog sobre contos medievais, com uma linguagem simples e sedutora em todas as suas palavras. Emborar não tenha postagens ainda, ja li muitas que ainda serão e recomendo-o em dobro!

Agora, às regras! O que devem fazer os meus indicados:

- Postar em seu blog o selo e as regras;

- Indicar mais 5 outros blogs parceiros para receberem o selo;

- Avisar os blogs que você presenteou.

Participem!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Monólogo de uma Desesperada

Eu resolvi escrever algo diferente. Poemas só tem sentido quando você me inspira, mas hoje você não está aqui. Poemas só são lindos quando você os lê, mas você não quis. Poemas são como uma vida que flui através de um chão de palavras que você contruiu, mas você não se lembra mais disso, não é? eu resolvi escrever pelas almas que daqui se foram pois por elas eu lutei e achei digno isso. Resolvi não mais procurar ninguém. Quero me dar o luxo de ser procurada, de ser querida, de ser lembrada por você. Mas você é incapaz disso, não é? Eu resolvi desarrumar meu guarda-roupa, resolvi colocar tudo abaixo e mudar o meu visual, mas pra quê? você se cegou diante de mim... Eu estava eufória por saber que você podia me enxergar como nenhum antes conseguia, mas você me decepcionou. Você me quebrou, feriu-me, dilacerou-me, acabou com meus sonhos e diz-se dono do direito de reivindicar minha alma. Será? Será MESMO? ou será que você não se sentiu tão eufórico como eu? será que você também não fez parte desse plano imundo do destino de iludir-nos de algo inconsequentemente impossível? será que você é quem eu pensei que fosse? será que você é realmente meu amigo, será que você me ama da forma como eu te amo, será que você percebe que eu estou aqui, gritando para os seus olhos brancos da cegura que você mesmo quis? será que você é digno de mim? será que você está pronto? e se não for você?

Eu desmorono.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Fotos Suas

Como uma pedra, és lindo e perfeito
é tudo aquilo que alguém deveras sonhou
é um tesouro que das chamas arfou
no mais intrigante exemplar feito

És, para outros, ordinário mas singelo
fácil conquistável ou quiçá um troféu
és para mim, contudo, o mais belo céu
donde quero repousar minha face no teu ser belo.

Saibas, alma, que és tão gêmea a mim
que assusta-me o fato de não tocar-te
aflinjo-me se és mesmo real ou uma peça intocável de marfim

Contudo, sinto no meu ser que tu és unico, e anseio em conhecer-te
para uma vida compartilhar sob risos e abraços, assim
e no meu ultimo expirar "eu te amo mais do que nunca" proferir-te.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Fire of Eyes

too much tired for fight
too much lonely for stay
in a fate it always wanna say
a great deal of words in a sight

with a scissor, i cut all that i bounded
mainly what was bonding me and you
with fire, i burned all that i founded
actually nothing would be the same like we used to do

by now, i cry in this crowd of smiles
the same way you left me wait
all that left to me was this files
that i'll throw away with my fate.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010


eu estou cansada. mas, vamos direto ao assunto: quanto vale a sua vida?



















































































































































































espero que valha mais do que um grito de ajuda.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Monólogo de um Mártir



Eu, doce filho da luta desumana

sobrevivi às catástrofes e às chacinas

das almas dantes amigas

que se inimizaram num lúgubre conto que vos chama



Sou aquele que morreu por muitos

e dos muitos tantos morreram por nada

sou aquele cujo acalanto não me enfarda

das tristes histórias que ouvi dos viventes fortuitos



da chama aprendi a matar; vendo a luz, a morrer

da hora fiz-me vítima; da desonra fui vitimado
e suas cinzas fizeram-me o fim conceber



Sabeis que não sou desonrado como o falado

pois da luta abstrai o grande conhecer

de que somos animais, do momento, escravizados.








em breve, um blog com comentários/críticas de livros.