Era um vestido lindo, e entre tantos nós e laços
iria realizar uma das grandes fantasias minhas
achava que o amor era dança, em que tu tinhas
que apenas deixar-se ser, em desorientados passos
Naquela noite, sentia que o amor de 7 bilhões de corações
estava concentrado dentro de meu peito, explosivo e arfado
ar escasso, mil esperanças, sonhos voadores, um sorriso armado
E nada poderia estragar a noite que escreveríamos as nossas canções
Como Cinderela, Branca de Neve, e todas as princesas
Achava que um dia encontraria, não meu príncipe, mas sim
Alguem que pudesse me dizer com convicção: "enfim
Nos achamos, obrigado por sempre ter deixado as velas acesas".
Não como um beijo e um "felizes para sempre"
Mas com um toque, uma palavra e um olhar furtivo
Sem "pra sempre", só amor, sentimento mais que vivo
E vontade de estar juntos, tocando no mesmo timbre
Não é de minha vontade viver um conto de fadas
em que tudo majoritariamente deve dar certo
quero viver perigos, incertezas, erros e estar perto
para mostrar que, na escuridão, as mãos podem estar dadas.
Talvez seja isso, talvez seja tudo que eu queria
Mas para isso, é necessária da solidão ser amiga
do sozinho, ser uma companheira bem antiga
E entender que o juntos sem o sós jamais o seria
Eu quero ter a sorte de poder dar e dizer
A alguém que de longa data já merecia
Uma vida tranquila recheada de maresia
E poder nos perder nas ondas do ser sem ver...
Tudo isso, eu queria poder ter dito, a sós
Num sussurro, num suspiro, em soluços
Naquela noite em que dançamos juntos
E que eu era você, e você, uma fração de nós.