domingo, 11 de março de 2012

Chão de Palavras



E quando as lembranças assombram os sorrisos
Quando as lágrimas acalmam a felicidade
Quando os olhos se cansam sob a vitória da saudade
É nesse momento que o obscuro intercede na vida em riscos...

Quando o pranto não acalma a infinita sensação de dor
E quando nem mesmo fechar os olhos gera descanso...
São nesses momentos, que as mãos, em toque manso,
Sufocam a garganta cheia de dizeres de um desperdiçado amor...

Quando a cabeça deita nas arrasadas palavras no chão
E se deleita do sono que não veio naquele dia, oh não...
Não me lembre do dia em que partira e me tornasse  em vão

E quando o coração não aguenta mais pulsar, entra em exaustão
Quando o sangue para nos vasos e as células, o silêncio, nos dão
É nesse momento que recordo daqueles beijos que jamais acontecerão.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Sono do Asfalto



Anoitece, e os sonhos acordam apaixonados
libertam um beijo em direção a noite turva
anseiam pelo teu toque, tua boca em delirante curva
onde meus desejos se perdem desalertados...

E eu faço das nuvens, meu travesseiro
e das estrelas, me cubro! meu cobertor
da lua, minha incansável confidente de um amor
que não está aqui para amar-me num tiro certeiro... 

No entanto, não estás aqui para embebedar-se
dessa saudade atordoante que faz, da noite, ícaro eterno
De um coração que só faz pedir-te e em ti, perder-se.

Não é, contudo, que não te queira companheiro, escuro terno
Pois em ti sinto os sonhos afora, num suspiro, acenderem-se
Podendo invadir e sonhar um pouco mais desse doce inferno.