domingo, 28 de fevereiro de 2010

Imperativos Tirânicos ( Jantar da Meia-Noite parte 2)

 

Beije-me! Feroz e lentamente
Como se o último suspiro devesse-me
SOu cega de dor, amor e não contento-me
Em viver da triste miséria nossa, permanente!

Ama-me! Feroz e lentamente
Como se teu último pulsar pertencesse-me
Sou carente do teu corpo, e dele quero fazer-me
Moradia incansável e, em ti, incoerente

Possua-me! Feroz e lentamente
Como se teus olhos apenas nascessem para enxergar-me
Sou teu receptáculo ínfimo, aparato oblíquo, oh! cala-me
Para apenas dirigir minhas palavras a ti, eternamente!

Mate-me! Feroz e lentamente
Como se tua faca fundisse em mim para dizer-me
Que o cessar da vida não há de temer-me
Pois sou fria coomo o riso em nós remanescente

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A Ceia da Última Certeza ( Jantar da Meia-Noite parte 1)


Sou triste por opção que a vida fez
Em sentenciar o sentimento puro ao esquecimento...
E de que vale o mundo vazio? não me contento...
Em perder os entes amados que a vida desfaz.

Sou triste, mas não porque quis
Tive tudo que a felicidade pudera oferecer!
Mas o vazio em mim, impossível é de se esquecer
Pulsa em dor o pranto que, em solidão, satisfiz.

"Viva o momento!" todos hão de dizer-me
Mas, caro amigo! não consigo sequer o coração enganar
Da solidão funesta que a morte há de fazer-me

É a certeza, meu querdo, que ainda há de nos assustar
QUando em minha porta, olhar e dizer-me
"Vim para esta noite, ao teu lado, ceiar".

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Um Dia Qualquer de Outono

Era outono, e na relva resplandescente,
Ela se embelezava no fervor das folhas tímidas
Oh! Rico luto, também experimentado pelo rei Midas
Em que tudo que tocava, ouro fizera-se permanescente.

E da triste aura embebedou-se a sua senhora,
repousando suas gastas botas em plátanos que agora findam
Em seus ínfimos pensamentos, seus olhos insistem e ficam
Ruminando o martírio de uma estação sem estar em sua hora.

Vertendo em águas, seus olhos umedecem
Em desejos que já se foram, faz-se sua duradoura moradia
lapidada com as cinzas do tempo, fadadas, elas crescem  

Ao perfurarem seu coração, ela saboreia a alegria desvanecida
e em seu íntimo as incertezas permanecem
como uma singela lembrança de um outono em dia.


Mellanie Dutra

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Parada Obrigatória!

Dizem que receber um elogio de um amigo é algo fascinante. Receber um elogio de alguém que não te conheces fisicamente ou que simplesmente lê as entre-linhas que tu propões é algo deverasmente fascinante e de dificil agradecimento. Talvez, nada esteja a tua altura, Quasar, mas aceite a minha recíproca indicação e meu singelo agradecimento. http://o-quasar.blogspot.com/ SUPER indicadíssimo, belas palavras e acima de tudo, muita reflexão para aqueles que têm a mente bem aberta. Obrigada pelas palavras e espero, um dia, crer nelas da mesma forma em que tu crês.

Indico, no mais:

www.poesiasdeguardanapo.blogspot.com - palavras certas no assunto certo. um blog melancólico porém necessário para a compreensão dos nossos mais profundos sentimentos.

www.eunaoseifalar.blogspot.com - poemetos simples, de fácil interpretação, contudo cheios de sentimentos gritantes. minha amiga lucy preza sempre uma boa conversa entre seus textos.

www.pipocasemacao.blogspot.com - criticas sobre cinema contemporaneo, um dos melhores blogs de criticas que ja li! embora eu não goste muito de cinema -prefira ler, sempre!- este blog, assim como www.cafecommeleleite.blogspot.com, fazem-me ter vontade de assistir todos os filmes criticados!

http://kobolldentuco.blogspot.com - um blog sobre contos medievais, com uma linguagem simples e sedutora em todas as suas palavras. Emborar não tenha postagens ainda, ja li muitas que ainda serão e recomendo-o em dobro!

Agora, às regras! O que devem fazer os meus indicados:

- Postar em seu blog o selo e as regras;

- Indicar mais 5 outros blogs parceiros para receberem o selo;

- Avisar os blogs que você presenteou.

Participem!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Monólogo de uma Desesperada

Eu resolvi escrever algo diferente. Poemas só tem sentido quando você me inspira, mas hoje você não está aqui. Poemas só são lindos quando você os lê, mas você não quis. Poemas são como uma vida que flui através de um chão de palavras que você contruiu, mas você não se lembra mais disso, não é? eu resolvi escrever pelas almas que daqui se foram pois por elas eu lutei e achei digno isso. Resolvi não mais procurar ninguém. Quero me dar o luxo de ser procurada, de ser querida, de ser lembrada por você. Mas você é incapaz disso, não é? Eu resolvi desarrumar meu guarda-roupa, resolvi colocar tudo abaixo e mudar o meu visual, mas pra quê? você se cegou diante de mim... Eu estava eufória por saber que você podia me enxergar como nenhum antes conseguia, mas você me decepcionou. Você me quebrou, feriu-me, dilacerou-me, acabou com meus sonhos e diz-se dono do direito de reivindicar minha alma. Será? Será MESMO? ou será que você não se sentiu tão eufórico como eu? será que você também não fez parte desse plano imundo do destino de iludir-nos de algo inconsequentemente impossível? será que você é quem eu pensei que fosse? será que você é realmente meu amigo, será que você me ama da forma como eu te amo, será que você percebe que eu estou aqui, gritando para os seus olhos brancos da cegura que você mesmo quis? será que você é digno de mim? será que você está pronto? e se não for você?

Eu desmorono.