segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Desejo


Ainda me lembro do teu ultimo olhar
posso sentir os teus olhos fitando
Os meus movimentos, me admirando
quando nem eu mesma conseguia admirar...

Ainda me lembro do teu ultimo toque
Tuas mãos deslizavam no meu corpo ardente
O fervor daquela noite, chama ascendente
De um amor confuso e cheio de retoque

Ainda me lembro das tuas palavras
Dizendo que me queria naquela noite
E que o céu e o inferno não eram tão longe quanto nossas mágoas

Ainda me lembro quando vimos a senoite
surgir como bala no meio de nossos abraços em névoas
Tão delicados, tão profundos e tão rápidos como uma pernoite.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Oceano dos Sentimentos

Cá estamos, querido amor meu
Na beira do precipício que construimos
As águas lá em baixo estão destruindo
A felicidade que experimentei do lábio seu

Dê-me sua mão, mais uma vez
Para abraçar a senhora encapuzada
Está nos aguardando tímida e calada
Com nosso leito de amor que carinhosamente fez

Dê-me mais um beijo, mais um veneno
Mais um vício que me destruiu pouco a pouco
E que me levou, trouxe e cá estou nesse inferno ameno

Dê-me seu toque, seu olhar rouco
Que me esquentará; o frio não mais temo
Pois já respirei a última gota desse vazio louco...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A Engenharia das Horas

O som atordoante do relógio. Ele chora...
Badalando na constante tristeza dos dias
minutos passam e, junto, certezas minhas
se esvaem no largo ponteiro da hora...
 
Quando chega a três, o acumulado desespero
Guardado na lágrima que agora pertence ao vento
Moi em poeira, antes vida, que o "sábio" tempo
Pediu-me pra esperar, sofro mais que espero...

Passando das cinco, até meia noite
Destilo sangue dos cansados olhos meus
Tentando arrancar minhas lágrimas com a cumplice foice...

No ultimo badalar, lembro dos olhos seus
Invadindo minha alma, e antes que a lembrança se fosse
Já me afogara em meus pulsos breus...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Timbre Singular


Quando os olhos, na multidão, se tocam
Os selos se entrelaçam perante o destino
como fio de seda forte e fino
Tecidos no acalanto sentimento em que se formam

Quando os ouvidos param e escutam
Os sinos oriundos de tua corda
Som vibrante, fascinante que me recorda
Tua voz em cada batida que meus musculos pulsam...

Quando penso em que os dias
poderiam ter me agraciado com um presente
lembro do som do teu nome nas primícias

Guardo, no entando, em mim o sentimento
De um dia poder te dizer sem economias
O quanto faz-me bem o som dos teus batimentos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Anel de Níquel

Eu coloquei aquele vestido amarelo
para ter certeza que tu me notarias
não sabia se me olharias ou fingirias
mais uma vez a minha presença em farelo...

Eu coloquei aquele laço
para tentar fazer com que ele nos unisse
Contudo, prendi-me na agonia, e antes que conseguisse,
tu fugiste sem me deixar sequer um traço...

Hoje eu guardo aquele papel
que tu caridosamente escreveste teu nome
as mesmas linhas que lapidei no destino cruel..

Quiçá, se não fosse um pulso tão revel
Poderiamos amar-nos num codinome?
Se tu desejares, eu posso ser apenas metade de teu anel.