sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Sono do Asfalto



Anoitece, e os sonhos acordam apaixonados
libertam um beijo em direção a noite turva
anseiam pelo teu toque, tua boca em delirante curva
onde meus desejos se perdem desalertados...

E eu faço das nuvens, meu travesseiro
e das estrelas, me cubro! meu cobertor
da lua, minha incansável confidente de um amor
que não está aqui para amar-me num tiro certeiro... 

No entanto, não estás aqui para embebedar-se
dessa saudade atordoante que faz, da noite, ícaro eterno
De um coração que só faz pedir-te e em ti, perder-se.

Não é, contudo, que não te queira companheiro, escuro terno
Pois em ti sinto os sonhos afora, num suspiro, acenderem-se
Podendo invadir e sonhar um pouco mais desse doce inferno.