quinta-feira, 23 de abril de 2009


Como esta noite findará
e o sol então rebrilhará

estou pensando em você

onde estará o meu amor?
será que vela como eu ?
será que chama como eu?
será que pergunta por mim?
onde estará o meu amor...
se a voz da noite responder
onde estou eu,
onde está você?
estamos cá dentro de nós...
sós...
onde estará o meu amor?
se a voz da noite silenciar
raio de sol vai me levar
raio de sol vai lhe trazer
Como esta noite findará
e o sol então rebrilhará
estou pensando em você...
será que vela como eu?
será que chama como eu?
será que pergunta por mim?
se a voz da noite responder
onde estou eu,
onde está você ?
estamos cá dentro de nós
sós.
onde estará o meu amor ?
se a voz da noite silenciar

raio de sol vai me levar

raio de sol vai lhe trazer...

Onde estará o meu amor?

terça-feira, 21 de abril de 2009

27 Setembro, 1939 03:55 am
Mãe,
São quase 4 horas da manhã. Estou nervoso. Nossa tropa se reunirá as 6 em ponto, mas eu não sei mãe. Eu nunca pedi por isso, mas parece que, de fato, algo maior me chamou, dentro de mim. Uma motivação incandescente tomou-me por completo e eu não soube como lidar com ela! Estou nervoso, mãe. Não há nada nesse mundo que eu mais quisesse do que estar de volta aos seus braços. Lembra quando a senhora me botava para dormir, ao ter um pesadelo? e eu ficava tão feliz de vê-la ali e não me sentir sozinho. Estou com medo mãe. Vejo meus colegas de quarto, cadetes cheios de sonhos como eu e se perderem no medo da Guerra. As tropas alemãs já estão marchando para o campo. Mãe, não sei como vou poder sobreviver a todas essas explosões de sentimentos que estão acontecendo dentro de mim! Quando olho para meus colegas e penso que muitos deles -senão todos- morrerão por uma bandeira, num campo sangrento de batalha, penso em como a vida pôde ter nos colocado aqui! somos tão jovens mãe...
Mas eu não fujo com o meu dever de honrar meu pais, por mais errado que seja esse evento.
Mãe, me abençoe...

27 Setembro, 1939 03:55 am
Filho,
Tome muito cuidado meu bebê. Não deixe de mandar notícias por nenhum segundo sequer, meu filho! preciso saber como se sentes como está... Eu ouço atentamente o rádio, não desligo por nenhum segundo, acompanho jornais, e não quero ver teu nome nos anúncios, filho! quero que esse inferno termine logo para que possas terminar tua faculdade, casar com tua namorada e me dar muitos netos! Quero que vivas por muito tempo meu filho, portanto, pelo amor de Deus, se cuide! Papai e seus irmãos estão todos torcendo por ti meu filho. Parece que nosso País não vai ceder qualquer tipo de acordo com os Germanicos. Filho, não te esqueces, mamãe está contigo sempre, sempre e sempre. Todos te mandam beijos e recomendações! Eu te amo meu filho.

A mãe não recebeu mais cartas de seu filho.



domingo, 19 de abril de 2009

; Highway from Sky


Sofres, deveras mais incontestáveis vezes, por motivos dos quais tu mesmo desconheces,
Sentes, e no entanto "dessente" ao sentir no ar o brilho rubro de temer o amar,
Choras ao ver no vento, respostas as quais desconhecia sem saber conhecer algo ou alguém,
e porém sabes, queridíssimo fulano, que o que mais importa na vida é ser par pois os ímpares nada mais temem, e temer é sentir e se não sentes, "dessentes" o amar e se não ama, não sofres, muito menos, alegra-te.
Mas oras tu ai, fulano! que não passas, que não sentes, que não teme, tampouco ama!
que desgosto de te ver, aí, parado saboreando a tua neutralidade sem ao menos conhecer um extremo!
como podes tu, fulano, tanto acreditado, tanto vivido, não saber o que é conjugar um abstrato verbo?
Tuas respostas me apavoram, fulano. Tu me faz temer. Tu mesmo, é fulano, tu mesmo, é a resposta das minhas questões pois é apartir de ti que temo, que sinto, que sofro, que choro ou conheço.
Será que o amor é uma pessoa? um ser? um gesto? uma palavra? ou descabidamente, nós mesmos?
eu não sei, mas o fulano deve saber. Se achares algum dia teu fulano, agitando teu estômago ou subindo em tua mente, descontroladamente, pergunte a ele do que ele é feito e acima de tudo, ajude-o a viver eternamente.
Pois se nós somos infelizes destinatários das correspondências fúnebres da morte, façamos com que, pelo menos ele, viva para contar a nossa história.

Só pra dizer que cheguei. novamente.