segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Como se deve amar?




hoje o amor, em mim, invade
avassala, perfunde, preenche todo o espaço inacabado
dá sentido ao vazio apertado, meu amor juvenil agitado
dá calmaria nas manhãs quando ainda é de tarde...

dá o sabor de um bem querer constante
e não somente é puro em seu amor de romance
é o sol que acalma o frio quando o calor é escaldante
é a certeza de não estar só mesmo num abismo incessante...

como pode, esse amor, tão grande em tão pouco espaço?
tão intenso num corpo tão ofegantemente fraco?
tão nobre e vil em alguém tão vulneravelmente escasso?

pois, aprendes, que o amor não precisa de qualquer marco
necessita, apenas, do olhar, do toque, do perfume daquele frasco
para florir o jardim de um coração desolado ou em estilhaço..

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Poema do Abandono

Já sofri do dito abandono diversas noites e diversos dias
Parti minha alma em 3 mil pedaços para esquecer toda uma vida
Fiz promessas irrecusáveis, sugeri meu pulso como a partida
Para devolveres as palavras. Iludi-me, achando-as minhas...

Nunca mais voltaram para meus papéis solitários
Não tocaram mais a tinta da minha caneta extravasada...
Abandonaram completamente minha alma acabada
E deixaram vazios os versos, tornando-se desnecessários... 

O que era o sentido de uma vida, hoje é frustração incansável
É a dor de perder a única maneira que se tinha em ser alguém
É deixar o vento levar as pétalas da última rosa inexorável...

As dedos, cansados de procurar palavras em si, retêm
O pesar de não riscar o traço da palavra inconsolável
E a certeza de escrever mais uma linha para ninguém

Baile de Prantos

Vesti-me da noite, pus minhas asas e, rua afora
Defronto-me com os lampejos febris de vagalumes
Brilho sutil, noite pálida e gritos em altos volumes
Abafados em travesseiros encharcados do pranto outrora..

De um lado, um amante lunar paira nos braços da amada
Do outro, uma senhora triste enxuga a lágrima derramada
A frente, uma incerteza que afronta a alma desolada
E atrás, um passado que assombra a face por ele condenada

Agora, asas que vesti vieram no tamanho errado
Contudo, nada mais me serviria naquele momento enfadonho
E se servissem, vestiriam tristeza, dor, meu traço já marcado..

Cai de joelhos, as pernas não suportam mais o sorriso tristonho
Ao olhar para o piso sombrio, vê nele um amigo semelhante calado
Que viu nela a dor do pisar, a vontade de viver em autocárcere medonho...

sábado, 15 de outubro de 2011

Mil e Uma Horas de Amor



O céu se encobre dos pingos estrelados
Se delicia com o véu da nuvem errante
O vento sobra no teu desenhado semblante
E convida para um beijo e mil olhares envergonhados


Eu te trago meu amor em punhados
De gotas do mais doce beijo que quis lhe dar
Pois não pude! até então o destino não fez-se encontrar
Os dois corações, sem saber, apaixonados..

Brindemos às eternas areias do tempo sábio!
Ao nosso destino que nessa queda se misturou
E ao nosso beijo que finalmente se apossou do lábio..

E tu, meu amor, que minha vida encantou
Com feitiços que me vestiram como gábio
Com soluços que meu pobre coração te dedicou.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Saudade

Já convivi com almas claras, tentadoras e cristalinas
Que juravam palavras de conforto, sobretudo esperança
Que rasgavam antigos medos, propunham sempre a aliança
No intuito em que ficássemos presos às nossas malhas finas.

Em dias claros, eram meus sóis da manhã
Em dias sombrios, minhas estrelas tardias
Em dias chuvosos, eram meus abrigos entre os dias
Em dias nublados, eram a esperança do brilho do amanhã...

Entretanto, perderam-se em algum lugar do passado..
Suas palavras, juras não trazem mais meu sentido
Se sobrepõem com mentiras, ilusões, um sorriso calado...

Sorriso esse, que costurei na face; meu coração, vendido,
Onde guardara a recordação que corroe em grito abafado
Pelo silêncio que eles deixaram no meu dia vencido.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Horizonte de Eventos



Poderia te escrever o verso mais completo
Que representassem a infinitude que aqui sinto
Que te mostrassem quantas cores tens, amor tinto
O quão mais belo és que um céu de estrelas repleto

Poderia, no entanto, de algum modo te mostrar
o quão grande é o que em mim habita?
o quão angustiante é a saudade que agita
toda a constância que teu amor, em mim, quis deixar?

Poderia, um dia, te provar, com um beijo
Aquilo que meu coração pulsa convulsivamente
Selado em catorze versos e um incontável desejo? 

Poderia, sim, olhar nos teus olhos suavemente
e com a alma te tocar fundo, sussurrando um almejo
de poder te fazer ver o quão sou de teu sorriso dependente.



terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dióxido de Humanos


Uma sombra, que em tempo longíquo, luz fora
A mais brilhante que em nós uma hora cintilou
Era o desejo de sermos o que sempre nos restou 
Porém foi a única coisa que conseguimos jogar fora.

Por muito tempo acreditou-se em ser o humano
E por muitas horas vivemos tentando o entender
No entanto, conseguimos nós mesmos nos corromper
E amarguramos no desalento desse papel profano.

E hoje nem os de sua própria espécie conseguem crer
Que um dia possamos olhar nos olhos e sentir
Que somos mais do que nossos corações podem ver...

No entanto, ainda sim, mantem-se uma luz a existir
Que mesmo sendo sombra consegue nos fazer ser
Uma fração de tudo que não conseguimos ainda mentir.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sílica Angelical



Do alto de sua núvem, ele reluzia
Translúcido porém com brilho fraco
Não tentava sequer mais procurar o caco
Nem completar sua disformia

Pois um dia, sua núvem nao mais aguentou
Presenteando o anjo a feroz gravidade
caiu e destilhaçou-se pelo chão da cidade
Onde todos os sentiam mas apenas um o notou

"por que de vidro?" ele se perguntou
não vês que minhas asas mais quebram
do que voam pelos céus que só se fecham
nas tonalidades que nele restou?

e quando perguntares sobre os cacos
não olhe-os procurando respostas do que vês
não fite-os lamentando tudo o que fez
apenas veja em mim mais um de seus retratos.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Boa Noite, Meu Amor

Boa noite meu amor, foi tudo um sonho
uma embriaguez de sentimentos atordoantes
um suspiro das mãos em acordes incessantes
um desejo que fora muito mais que enfadonho

Boa noite, meu amor, a noite bate lá fora
o vento cansado assopra teu rosto febril
meu acalanto, aeroporto de meu lábio ardil
Anteparo de meu beijo que a ti deseja agora

Boa noite meu amor, não acorde agora!
ainda há tempo para um novo sonho, um fervor
mais um em que poderemos ser nós afora!

Descanse teus olhos, faça de mim teu cobertor
Mas não esqueças de alguém que em ti mora
E todas as noites gostaria de dizer-te "boa noite, meu amor!"

sábado, 9 de julho de 2011

Espelho da Noite


O vento assopra mais uma tarde a se ir
Dando espaço próximo à abobada estrelada
Poço de promessas entre um moço e sua amada
Poço de desejos entre o sonhador e quem está a dormir

O que se encontra, no entando, no mais fundo
e vazio escurecer de uma triste tarde
sem dúvida não é o céu monocromático que arde
mas sim o vazio das tuas cores em tom mudo.

A noite nasce e as estrelas se postam a observar
A dança das ondas no mar que te beijei
Os lençóis que teu corpo há de recordar

Eu te cobri com o calor do meu olhar que hei
de sempre te dar como garantia de um amar
Sentimento este que em ti cuida-lo-ei.

sábado, 4 de junho de 2011

Integração de 2

Quando o vento toca suavemente teus cabelos em onda
Sopra a chama daquela noite sem deslizes
Sem matrizes, diretrizes ou infelizes
Onde éramos mais que números numa constante soma

Onde havia muito mais que um querer omitido
Uma igualdade, uma certeza no meio de y e x
Os atos eram mais amenos, diferenciais que fiz
Integrando nosso amor num limite infinito

Parte desses sistemas, são versos que te fiz
Para dizer que o amor por mais incerto e indefinido
é predito pela incerteza dos números no quadro riscados em giz

Parte desse valor eu derivo a ti, meu amor querido
Onde quer que estejas, leves as contas que um dia quis
Ardentemente te provar que nosso amor, em matemática, é infinito!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O Inverno da Alma: Parte II

A chuva cai, com euforia, lá fora
Cai afoita, respira desesperada por molhar
Um sorriso, uma lágrima, uma dor a desatinar
Que cresce em lugares onde um coração fora...

Tristes lágrimas que das estrelas caem
Banham um andar distraído e descompassado
Sem rumo, sem turno, sem olhar programado
Guiado somente pela trilha onde os sonhos se esvaem...

Ao tocar a pele quente, onde um toque já habitou
Sente o frio da tristeza sorrir-lhe delicadamente,
E os braços do destino envolver-lhe como quem conquistou...

Um troféu! ela pensa, e sobre a neve, incansavelmente
Escreve com os dedos, entre feridas que ela mesma rasgou
Um nome. Um desejo. Uma vida sonhada incessantemente..

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Inverno da Alma: Parte I


A fina camada transparente, reluzente de gelo
deixa na grama, marcas de um andar conturbado
Ela estava ávida em procurar o seu amado
Por medo constante de, na névoa, perdê-lo

Nascia, de mais um dia, o desespero e medo
de acordar, novamente, na relva esplandecida
Onde o trauma do passado esperava-a, esquecida
Porém as cicatrizes continuam a pulsar em segredo..

Sussurrei em teu tímpano, desejos violentos
Que se escondem nas pegadas tímidas que agora sigo
para encontrar-te no meio dos sonhos, ou dos desalentos..

O gelo em chuva cai, para consolar o andar que traz o perigo,
Nesse inverno febril e pulsante, de tons cinzentos
Cuja previsão de frente fria era oriunda do meu desabrigo.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Declarações

Declaração

Olho-te com os globos que sempre hão de te observar,
E vislumbro a perfeição em retas inquietantes
Suaves e febris, elas pulsam como consoantes
no meio das vogais do "eu te amo" que quis te contar..

Não contei, pois tive receio insistente
De ser um pouco cedo pra ti, mas pra mim
já é tarde, já é sentido, é curva sem fim
Nessa longuíssima estrada, sinapse incoerente..

E de tantas moças belas e esbeltas em curvas
foste escolher logo essa, sem graça, sem sentido
Cheia de defeitos, sem brilho, como águas turvas...

E eu, pulsante, assopro-lhe no ouvido
Que gosto tanto de ti no meio dessas recurvas
Que te quero muito além do bem querer divido.



sábado, 23 de abril de 2011

Daqui Rumo ao Agora



Trovões rasgam o céu, iluminam o escuro
Deixado pela tua ausência entre as estrelas
Que nunca deixaram de brilhar por medo que estejas
a olhar outras constelações no meio do obscuro..

Risco ríspido que rasga as ruinas, rastros rasos
De uma longa jornada para te encontrar nessas frias
estradas que trilhamos, eternas noites sombrias
sem sinal ou final, apenas riscos de luz dos fardos..

E onde estamos agora? estamos em nós, afora
um no outro? ou estamos sós, afogando-nos
em vazios a dentro, nas lacunas do agora?

E eu me encontro dentro de ti, onde abraçamo-nos
prometendo uma vida de projetos, sonhos em aurora
Sonhando encontrar-te enquando beijamo-nos.





terça-feira, 19 de abril de 2011

Estrela Cadente

Estrela Cadente

Sobre as rochas nuas, ela deita e repousa
sobre um mar em divã que a compreende
ao lado dele, ela nada mais quer, pois sente
que nada é maior do que a pluma que, nela, pousa...

Límpidos e Cristalinos, os feixes d'água alcançam
Seus pés que, delicadamente os dele, acariciam
Como danças de sereias; em instantes findariam
No selar em beijo entre as ondas que vibram e balançam..

Pois olhe! lá onde o horizonte cessa
Existe a linha tênue que traça o meu amor
e desenha minha alma, chegando a ti como promessa...

No branco das estrelas, que desmoronam em chuva e esplendor,
Uma cascata de luz ascende e nos atravessa
como se fossemos um só e ao mesmo tempo nada mais que o amor.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Miliampères

os circuitos, enferrujados, realinham-se
para mais uma função predita do mandante
eletricamente, magneticamente, incessante
mecânica dilacerada dos dias que afinam-se...

O resistor, gasto, já não impede
que a corrente de ampères, como ácido, trilhe
corroi o exosesqueleto, dizendo a teu sorriso "brilhe!
e assista a meu curto-circuito, pra sempre me dilacere.."

A tomada já não carrega mais meus sentimentos
Já não incendeia minha robótica incoerente..
Tampouco alimenta a vontade de viver em esquecimentos..

Teu amor, longíquo, já não mais sinto fervente
Resta-me desligar a bateria cansada de incontentamentos..
E respirar a escuridão que sempre esteve presente.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Motivos


as palavras me escolheram para designa-las
a uma triste missão de retratar um sentimento
e por mais que isso traga-me paz e tormento
Não sou digna de recusá-las ou, por menos, amá-las

são como estrelas que brilham e caem
numa atmosfera pueril e sinuosa
uma dança intrínseca entre-nebulosa
onde os sonhos voam e se esvaem...

sinto, e ouso dizer, vivo o que meu coraçao sente
como pincel que pinta os pulsos desenfreados
transcedentalmente, atemporalmente

e é por ti que penso, sinto, parto-me em pedaços
e é por ti que escrevo, grio, cravo incansavelmente
cada pedaço de um coração partido em estilhaços...

sábado, 9 de abril de 2011

Números

Ah! se, o coração, por instantes, olhos tivesse
e visse o quão eu sou nada minha, e tão tua..
o quão esse sentimento cresce, padece e perpetua
o quão estrelado seria se meu amor lá houvesse...

Se em meu céu houvesse apenas uma estrela
que fosse ela tu, e teu brilho cegasse
meus olhos para somente ver-te e sussurrasse
o quão indelével é, desse amor, minha parcela..

Minha voz poderia, apenas, mencionar o teu nome
E te dizer que a vida que colocou em mim
Jamais teria algo tão lindo pra substituir em codinome..

Como o céu que brilha exaustivo, eu, enfim
Só peço para ouvir uma vez mais da minha estrela renome
Um pedido para eu lembra-la dela, de agora até o fim.

esse poema não terá uma imagem ilustrativa, uma vez que nada poderia ilustrar algo tão sem forma.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Anoitecer


o fogo se ascende, sobre as lágrimas cadentes
de uma noite onde um diluvio nao fora suficiente
para arrancar a tristeza e o vazio d'alma ardente
para cicatrizar os estilhaços de vidro ferventes

Os olhos se fecham, depois de mais um dia
Em que tu não estavas nos meus sonhos rotineiros
Tu estavas preocupado e ocupado com teus amantes pioneiros
E esqueceu de contemplar tua estrela que em chama ardia...

E essa mesma estrela chorou noturnal tempestade
No silencio de uma nuvem que, de longe, não era passageira
Ouvindo o acalanto da corrompida felicidade..

Quando viu curvas de luz surgir, derradeira
Sabia que era hora de partir para sobriedade;
De embriagar-se nessas linhas traiçoeiras

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Cada Parte de Ti

Questionaram-me outro dia, do meu poder
de amar-te tão rápido quando as estrelas
que despencam do ceu e permanecem acesas
Tão rápido quanto um suspiro teu a romper..

Amar-te? não soube responder como seria
se não fosse desse único jeito, meio de vida
Pois amar é ser, é sentir, um caminho de única ida
e desde que você chegou, eu sou mais do que gostaria..

Amar-te é mais que sentir, é um delírio inconstante..
de autonomia, dependência, várias pinturas surrealistas
No meio de tanta cena, desejo febril e inquietante.

E teus olhos, ah! pares vibrantes, imperialistas
Que ditam meus batimentos, minha vontade incessante
de te amar mais e mais, nessas trilhas masoquistas..

quinta-feira, 31 de março de 2011

Atos Falhos


Retalhos escassos, fotos e recordações
Inundam as janelas de um inconsciente adormecido
Incendeiam lembranças de um suspiro esquecido
Recordam o beijo pendente guardado em orações..

Cruzo com teus olhos, numa rua deserta
Onde as árvores assistem e derrubam suas folhas secas
Chuva sem vida paira sobre nossas cabeças;
Sublimam-se as lágrimas no meio das mágoas em floresta.

Palavras são trocadas como olhares intrigados
Esperando atos falhos ou uma declamação de poema
Contudo, os versos desistiram de serem violados..

A tinta da caneta termina de soar o fonema
Dos calados verbetes em poesia eternizados
Da longa história banhada em eternos dilemas.



sábado, 26 de março de 2011

A Velocidade do Som

Uma voz longíqua no tempo lento..
clama por mudanças reais e inoportúnuas
Sussura em passos leves as infortunas
Que vieram de mãos dadas com o vento..

Suspira em meu ouvido um sopro
De lamentações insanas e incoerentes
Beija-me o tímpano, vibrações inconsequentes
Toca-me a alma em que me condeno e morro.

Traz em seu leito o amor que, distante,
Guardei no berço do incansável desejo
E hoje revivo de instante a instante

Fecha meus olhos, oh doce ensejo
E banha meu corpo em tua pura e vislumbrante
Arte insustentavel de amar mais que almejo!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Silêncio

Dizemos tantas palavras sem nexo
Tantas mentiras passando-se por verdades
Tantas esperanças e atos covardes
Incontáveis "nós", pronome desconexo..

Sentimos tanta intensidade de uma maneira
incrivelmente conturbada e imprevisivel
Uma forma intradutível e insensível
Que não sei quando me ama ou quando me rejeita..

Imerso nessas dúvidas, onde não existe sim
E o não parece ser resposta pra tudo
Onde o mar não afoga mais que a certeza de meu fim..

Nado contra a correnteza, grito quando estou mudo,
Versos de uma vida que aqui enterro, enfim
Palavras de um amor que cansou de ser bobo, sobretudo.

terça-feira, 22 de março de 2011

Dizeres da Noite


Quando olho pra lua, vejo
teu rosto sorrindo nas curvas
Um amor que se afogou em águas turvas
Uma solidão que morreu por desejo..

Navegando pela imensidão lunar, lá surge
Pulando de estrela em estrela, olhe!
O amor que escondi numa nebulosa, se encolhe
envergonhado por te amar mais do que pude

E tu me olhas com teu profundo olhar
Dizendo palavras que jamais pude entender
Dizendo versos de um poeta que só soube amar

E não dizes nada pois as palavras sequer
Podem retratar o que o amor não soube falar
Ou dizer o que ele jamais soube compreender..

sábado, 19 de março de 2011

Bipartições Múltiplas

Deslizo a caneta, suavemente, pelas folhas
retratando sentimentos que vibram pela ponta
Suavemente, a lágrima cai dos olhos, e se monta
um coração improvisado que nunca teve outras escolhas..

Sempre sentiu mais do que poderia aguentar
Sempre amou mais do que um dia ousou e quis
Sempre sonhou em eternidade e em palavras vis
Representadas em esperança que não mais pode suportar..

Agora encontra-se perdido em meio de tantos pulsos,
Entorpecido pelo sangue que cada célula embebeda
E machucado pela força com que realiza rabiscos avulsos...

Letras de uma história sem fim se completa
Em versos desimados por um sentimento em impulsos
Fracionado pela falta de amor, que a vida decreta..

sexta-feira, 18 de março de 2011

Poema Por Um Beijo

O corpo pulsa a sombra de um inconsciente
atordoado pelas lembrança obscuras do passado
pulsa sonhos no vitalício pulsar machucado
pelos dias que a infancia oprimiu incansavelmente.

O coração bate sensações de carência
Que invadem o peito cheio do teu querer
Penetra em um vazio sem espaço a preencher
Compõe a canção de súplica da tua latência

Chegando às pernas, trêmulas e cansadas
Que insistem em correr sobre teus passos sem fim
Caem e se erguem nos teus beijos e palavras ousadas

Alcançando a alma, instigando-a, enfim
Explode desejos, sonhos e vontades inalcançadas
Querendo teu amor mais que um pulsar, assim.



segunda-feira, 14 de março de 2011

Sonhos


Em suspiros lentos, ele solta o ar
preso em seus pulmões de uma longa noite
O rei dos sonhos abraça-o à meia-noite
Embriagando-o em plasma sonífero e sonhar...

Calmamente, os pulmões são esvaziados
com a graça de uma estrela que no céu brilha
com a graça de uma amante que linhas trilha
Na tentativa de tocar teus pulsos cansados

Apenas durma, não acorde desse sonho
Viva-o pelos caminhos dos segundos e das horas
Onde o tempo não existe, nem o passado medonho

Apenas acorde quando beijar se fizer pelos agoras
E não ser mais parte de um sonho inconho
Mas sim de um presente que quer sair desoras..

domingo, 13 de março de 2011

O Grito das Supernovas


A nebulosa explode num céu de findáveis sóis
Explode em tamanha graça e exatidão
Aos poucos sua intensidade se dissolve em fração
Como um coração explosivo que bate por vós

As estrelas, quietas, assistem ao espetáculo
Onde reina a infinita dança das supernovas
Intimidadas,  elas brilham pulsantes e ansiosas
Esperando que essa luz atraia o amante do obstaculo

Obstáculo este atmosfericamente sólido e preso,
Em vibrações intensas de um amor mais forte que o espaço
Um amor mais intenso que a explosão de hidrogenio aceso..

A poeira cósmica remanesce, envolvendo o amante em abraço
Como memória do dia em que o espaço parou, surpreso,
De tamanho amor que inundou-o; em cada canto, eterno laço.

sábado, 12 de março de 2011

Poeira das Estrelas (Parte 1 e 2)


Lua, dançante, apaixonante e incoerente
toca os corações iluminados dos amantes
incendeia desejos noturnos vibrantes
ascente muito além de um despertar inconsequente

Dê-me tua mão, sinta o vento lunar
Nessa noite onde o mundo nos abraça
Onde a solidão carente jamais estilhaça
Nosso amor, nosso desejo, nosso altar

No embalo das estrelas, sua poeira cai
Sobre nossos beijos febris e infindáveis
Como um céu de sorrisos que ilumina e se esvai

Dança, dança amor meu, por horas intermináveis
A noite convida para um longo beijo que sai
Como desejos incontroláveis das nossas almas insaciáveis.

O céu vibra com tua chegada a minha vida
Desolação e tristeza, vivi por longos dias
As estrelas viviam em mim, num lugar sem moradias
Onde a escuridão reinava em perpétua sobrevida

A lua clama nossos nomes numa abóbada estrelada
Ela chama nossos corações que se entrelaçam em paixão
Impera os pulsos que clamam por descarrego e emoção,
Que clamam por tua permanência sempre almeijada...

Dançamos um pouco mais sobre a estrelas pueris
Amamo-nos um pouco mais sobre a lua envergonhada
Lua que enamora seu sol em brilhos febris

E deitamos nossas cabeças sobre a areia resfriada
De uma noite onde houvera mais que sonhos vis
De uma noite, que em meu coração, fora eternizada.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Farol


Cai a noite como terra na própria cova
A escuridão, suavemente, toma teu ser
Em sussurros, insustentável passa a ser
Parte de toda a desesperança que te afoga...

Caem as estrelas como facas e navalhas
No coração que está estendido sob a lua
O corpo antes de amor findou nas palavras tuas
Ou na ausência delas, solidão fiel que exalas.

Caem as lágrimas de um rosto morto
Que por ti chorou sangue até findar a vida
Contida em um amor oprimido, que pelo mal corto..

Caem as pálpebras, num ultimo olhar de ida
Como navio que parte sem jamais voltar a seu porto
Como alma vazia no mar aberto, sem chegada ou partida..

Farol

terça-feira, 8 de março de 2011

Os sonhos não morrem primeiro


Quando fecho os olhos, às estrelas, retorno-me
Que se alinham em formato doce e sutil de teu rosto
As linhas do teu semblante desenham-se num céu fosco
Cujo brilho roubaste; e nos teus olhos, envolve-me.

Quando abro meus braços e abraço o desejo inteiro
De te ver aqui de novo, nos meus braços a repousar
Vejo teus olhos úmidos e sonolentos a descansar
De uma noite onde os sonhos não morreram primeiro

Quando abro meu coração num oportuno instante
Ele clama teu nome e teu toque de amar
E clama teu amor que por mim há de nascer incessante..

Ao abrir meus olhos, os lençóis continuam, arrumados, a estar
Lembrando minha alma que tudo fora um doce sonho radiante
Mas meu coração viciado em ti permanece a te clamar!

Ventos e Velas




O relógio bate numa frequência maior que as horas
Frequência essa que transcede o limite do tempo
Rasga as feridas, destroi o coração, leva com o vento
a esperança heroica que mantive entre tardes e agoras...

As palavras ditas da tua cumplice, no feroz momento
Dilaceram meu coração que tem teu nome no peito
Remoem, em frações infimas, a chama da vela em seu leito
E enterra o sonho que construi pra nós dois aqui dentro...

E as horas passam, sem sinal de passar a minha dor
A solidão e a desesperança convidam para um tormento
Tormento este que me mata um pouco mais e adoece meu amor...

Essa duvida, essas fotos com ela, esse depoimento
De um amor que parece tão sólido e, ao mesmo tempo, sem odor
Me consomem na agonia de não me ter dentro de teu sentimento..

Últimas Palavras..


Do céu estrelado onde plantei meus sonhos
A estrela mais frágil pôs-se a cair
A gravidade, implacável, queimou-a a ponto de sentir
Toda a sua fraqueza inexorável, em pesadelos enfadonhos...

Ao cair, a estrela, num relampago, se lembrou
Dos momentos com que ela passou com seu poeta
Das confissões, dos suspiros, da valsa discreta
Que com ele dançou até explodir em amor; se lamentou...

Lamento esse não de tudo isso ter vivido
Mas de tudo isso não ter sido reprogramado
e vivido por todo o céu e estrela dividido...

Ao cair no chão duro, frio e estagnado,
A estrela cessa seu brilho num pulsar timido
Pulsar esse que contém um "sempre te amar" eternizado...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Arco-Íris

Na calada da noite, ele, gracioso, a cobre
Com seus sonhos e desejos inconsequentes
Beija-lhe a testa e acaricia seus braços quentes
Cansados de uma dança de abraço entrelaçado e nobre.

Ela, por sua vez, entrega-se ao sentimento
Sem medo do amanhã ou de pressões inoportúnuas
Os dedos dançam nas linhas das costas nuas
E o amor envolve os passos lentos do momento...

Ele, em seu lugar, toca-lhe o coração
Com palavras as quais jamais soubera da profundidade
Palavras essas, que ela, em vício, bebeu em ação...

Ela, perdida, na fronteira dos sonhos e da realidade
Põe-se ao lado dele; seus olhos fechar-se-ão
Para um triste despertar na solidão e em sua singularidade...







sábado, 26 de fevereiro de 2011

Teus Olhos

Teus olhos são como cristais reluzentes
que brilham nas janelas da minha alma solitária
Como sol dormente que acorda numa manhã imaginária
Como aconchegante sonho que traduz um desejo incoerente..

Mais que reluzentes, teus olhos mostram o caminho
Não aqueles que trilhei com o fardo dos dias
Mas sim com a leveza do amor que preenche feridas
De um doloroso embriagar na companhia do desprezo, no vinho..

Teus olhos são os faróis que a vida pode conceder
A teu rosto, guiando as frequencias dos pulsos meus
trilhando o caminho da minha alma num sentimento a florecer..

Teus olhos, por fim, são a chave que abre os sonhos teus
E me faz brilhar na pequenez que, diante de ti, é meu ser
Alimentando a esperança de enxergar-me nos teus olhos em breus..

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Doce Vinho das Estrelas..



O sol, triste e cansado, despede-se em lamentos
dando lugar no céu as estrelas brilhantes, reluzentes;
Dispõem-se no espaço, e seus poetas procuram veementes
Em busca de poesias e sussurros numa noite de juramentos...

Às suas amadas platônicas, destinam-se os versos
Relutantes por apenas tocarem as brilhantes carentes
Desejanto tocar os coraçães longíquos como adormecentes
Guiando-as num sono profundo, com seus poetas nele imersos...

No entanto a distância que assola os sentimentos febris
É a mesma que ascende a chama da esperança em ilusão
E a mesma que faz cair as lágrimas cansadas, pueris...

As estrelas no céu abraçam seus poetas, em noturna prisão
Afogando-os em suas linhas assassinas, dolorosas e hostis
Num profundo sonho onde reina embriaguez e solidão...

Mauro, o Humilde

Muitos dizem que um bom e valoroso amigo
Demora-se anos ou até eternidades a achar
Mais anos se consomem para a confiança criar
e ter certeza que não é mais um a estar comigo

Muitos ainda dizem que ter amor é derivado de tempo
Um simples cálculo cujo raciocínio é perfeito e estereotipado,
Contudo, dispensei os dias pois senti no momento que me foi dado
Um amor em amizade crescer entre simplicidade no espaço-tempo

Tu, melhor que eu, entende que a química é inteligente
E não atrai pessoas por acaso ou descuido do destino
E não forma grandes amizades por ironia inconsequente..

Digo a ti isso, pois de todo o tesouro que procurei e fora obtido,
A tua amizade é um dos pilares que sustentam fortemente
Essa tua pequena amiga que quer ser grande como tu, amigo querido.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Nebulosas


O cometa atravessa, rasante e impulsivo
No céu negro que construimos com nossos sonhos
Rasga as estrelas e afasta sóis enfadonhos
Pinta o vazio anticlaro em branco ávido e vivo..

Sua cauda, não muito diferente do amor
Que ao passar, da cor e esperança aos viventes
Que fazem juras a amadas, nos calados e inconsequentes
Sussurros que o vento sopra com rancor..

Rancor esse, de esses sussuros sempre levar;
Eterno mensageiro daqueles cuja distancia separou
Eterna companhia, junto a lua compreensiva, que podem contar..

Assim como estes, peço ao vento que outrora soprou
O beijo que te mandei na noite que tende, a sem ti, passar
E mando a segunda metade de meu coração, que há tempos tu roubou...


domingo, 20 de fevereiro de 2011

Falhando..

Sempre admirei, com vivacidade e incoerência
Os super heróis que voavam pelos céus
salvavam pessoas inocentes, injustiçados réus
De um destino inoportunuo, uma triste inconsequência..

Mais que admirar, quis tentar ser um deles
Salvar pessoas de seus apuros, devolver sorrisos
Alimentando um conjunto de sentimentos imprecisos
Que me motivaram a mover o que precisasse por todos eles.

Contudo, não sou forte o suficiente para compreender
As decisões que apenas cabe a nós humanos aceitar
Como a perda, a solidão, a dor de ver morrer...

São fortes escolhas e parte do aprendizado a ensinar
Entretando é ainda muito triste e doloroso reconhecer
Que nem sempre eu poderei manter todos os sorrisos brilhar...

vou me abster de por qualquer imagem, pois nada no mundo é capaz de retratar aquilo que todos nós passamos quando perdemos alguém, por mais momentanea que possa ser essa perda e por mais que algum dia possamos nos reencontrar em um lugar, que realmente espero que seja melhor. keep on fighting for all who died and for all who still alive.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Escolhas

Já andei por essas ruas, essas folhas aqui no chão
São as mesmas de sempre, que banham a terra doída,
Entretanto, desde o dia em que pisastes nela, doce ida
Tudo ganhou novo sentido, como se jamais houvesse sofridão...

Os pássaros que abandonaram seus ninhos, suas moradias
Num inverno rigoroso que prenunciava a vinda de vento e frio,
Voltaram; pois o milagre do amor inundou- os, como alimenta um rio
E aqueceram-se com o teu sorriso, a mais formosa das melodias..

Hoje passo pelas ruas que trilhei contigo, naquele meio- dia
E lembro de como eu fui feliz por uma fração de tempo comprimida;
Fora o suficiente, contudo, para alimentar esperança dia após dia...

Meu coração, desolado pelo inverno e triste pela tua partida,
Agora sauda tua chegada que o aquece, inflama como forte ventania
E espera a tua decisão de ficar e fazer parte da minha vida..

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Números Primos




Já tive dias em que acreditei, por um segundo
Que o amor um dia sorriria para mim, sem rodeios
Como sempre sorri por mais triste e cheia de devaneios
Como sempre acreditei que sorriria para todo mundo...

Já tive dias em que senti, por uma pequena fração
Que havia esperança na mais profunda escuridão
Que por mais que me encontrasse em inatingível depressão
Cri que, um dia, tirar-me-ias dessa amargura e podridão...

Mas agora, com todas as luzes apagadas
E todas as cortinas fechadas, sem aplauso nenhum
Vejo que talvez minha peça acabou antes das minhas entradas...

E de todo o medo que tive, restou apenas dele algum
Aquele que faz sombra na luz que sai das minhas palavras...
Medo esse de ser jamais dois, e eternamente único um...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Vivendo o Amor

Dizem que amar sentindo apenas a pureza
É como iludir-se num mar doce sem tempestade
Para se amar completamente deves sentir, sem piedade
Ou culpa, toda a confusão de pulsos, sem frieza..

Disseram-me, quando eu estava, em sofrimento, a cair
Que deixamos a lágrima solitária cair do rosto triste
Não para queimar o trajeto em pele que, ao cair, insiste;
Mas para lembrar a boca de como é bom, também, sorrir.

No entanto, todo o sofrimento por pior que seja
É vasto em aprendizado e silencia as dúvidas;
E pesado demais para carregar no peito que chora e deseja...

Hoje vejo com os olhos inchados em lágrimas perdidas
O quão é dura e dificil a trilha que o amor almeja..
Mas pior seria viver sem essas feridas, trilhando vazios sem vindas...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Tudo que gostaria de te dizer....

Gostaria, às vezes, de entender a arte que reside
no âmago do sentimento transposto em palavras
Para tentar te dizer tudo que plantei nessas lavras
com mil sementes de distintos sentimentos que em mim vive

Gostaria, também, de organizar os pulsos
E ter coragem, sobretudo, de perguntar sobre os seus
e tentar entender a frequencia que pulsam os meus
para sincronizar no mesmo timbre dos teus versos avulsos

Gostaria, portanto, de te mostrar em um segundo
O quanto é especial para uma vida inteira
e te dizer o quão memorável é teu sorriso, o melhor do mundo

Gostaria, por fim, de te mostrar, de alguma maneira
tudo que eu gostaria de te dizer, apesar de meu som estar mudo
mas é nesses versos que encontro o melhor caminho nessa ladeira.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Primeira Vez

Quando meus olhos encontraram os teus
O feitiço atordoou-os em chama e pranto;
Descongelou um mundo de gelo, e num espanto
Bombeou para todas as células os encantos teus.

Quando meus olhos encontraram os teus
Sentia que meu coração crescera mais que poderia
Enchia-se de esperança, e no entanto, sentia
Que era bomba incontrolável a mercê dos dizeres teus.

Quando meus olhos encontraram os teus
O resquício de felicidade minha houvera ido
tudo a ti. sempre a ti. os versos meus..

Quando meus olhos encontraram os teus
vi um céu mais azul do que poderia um dia ter visto
E não me importei mais em viver entre monstros meus...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Concerto de Espera


As notas vêm, destoantes e desapercebidas
Vêm como brisa fria numa manhã febril
Dissipam-se como teu olhar e, de forma sutil
Preenchem as fronteiras conjuntas infinitas

Invadem o labirinto e martelam o tímpano
Com a mesma vibração que tuas palavras entonam
É bem verdade que algumas destas, nem ditas foram
e outras, no entanto, atravessaram-me como diáfano.

Como musicista que, pacientemente, espera
a vibração da inspiração bater-lhe na mente
Esperei-te no meio-tom do soneto, enquanto pudera...

Permaneço, então, em partitura vazia, incoerente
em que só espaço vazio e único da nota impera,
Esperando-te, maestro, para dançar na linha carente.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A Outra Estrela...


No céu estrelado, no negro sem fim, entre tantas estrelas
Há duas distantes, brilhando viva e intensamente
Uma muito bela e afortunada; a outra, descontente
Por seu observador confundir-se com o brilhar delas

A linda estrela embeleza-se de ouro, prata e diamante
Brilha como os olhos de um apaixonado viajante
Que descobre mundos com seu andar inconstante
E povoou os olhos do observador, com seu brilho atordoante

E a estrela descontente, com seu brilho sutil
Atrai as vistas do fortuito observador, que de duvidas embebeda-se
Apaixonado por sua linda estrela brilhante e pueril...

A estrela descontente -a outra estrela- esconde-se
Entre as nuvens do céu negro, está e permanece febril
Doente de amor pelo observador que, com sua linda estrela, amam-se.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Perdendo o Senso

no pé da minha cama, vejo as nuvens e as estrelas
que um dia foram nossas promessas de vida, por divagações
hoje, nada mais se vê além de desoladas e perdidas constelações..
mergulhadas no obscuro e envolvente ar que entra nas janelas..

deito de qualquer jeito na nossa cama desarrumada..
ainda está ali o lençol rasgado, daquela noite perturbada;
onde o desentendido tomou conta da carencia mal interpretada
e enterrou o desejo de encontrarmo-nos em qualquer linha desolada...

afogo o pranto insconstante e intenso no travesseiro
que desafoga os pulmões meus que por instantes eram mar
de lágrimas desoladas, acompanhadas do pesar companheiro..

assisto a noite calma e tranquila, por meus olhos, a passar
contando a nossa história, meu amor, que por um instante derradeiro
desfez-se em pó que, permanentemente, a nossa estrela há de guardar..

sábado, 8 de janeiro de 2011

(último) ensaio de linhas

Esse é mais um ensaio de linhas tristes e desoladas
destilando lágrimas de tudo que poderia ser e nao fui,
é mais um fruto da incompetencia, da descrença que rui
em um mar negro, sombrio das monstrosidades engaioladas

Esse é mais um ensaio de uma tentativa frustrante de vida
Que expirou-se num olhar fatídico, visão triste e amarga
O Amor soprou como vento enfurecido, destruindo toda a carga
de reles esperanças; de reles velas; de reles sobrevida.

Esse é mais um ensaio de dança trágica
Cujos protagonistas não mais vivem no rancor
Restou apenas a dama fria e necrofágica

Esse é (o último) ensaio de suspiro, de amor
Que destino a ti, querido, apenas mais um minuto mágico
Nessas eternas horas de solidão e dor...





é tamanho sentimento de incompletude, que não ouso achar uma imagem como normalmente para simbolizá-lo

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O que meu Coração Diz




Quando a tristeza veio timida e calada
Pousou-se nos meus olhos e clamou pela lágrima
que percorreu o rosto e tocou a boca ávida
De sonhos em beijar teus lábios na umbra embriagada

Voltou-se aos olhos, ácidos e pesados
E encontrou a outra irmã solitária e andante
Lágrimas se misturam formando um som escaldante
Que se afina nos timbres dos nossos olhos cansados

Então digam-me lágrimas, por que descem  em prantos?
Vós sois corrosivas e acabam por machucarem-me e, no entanto
Sois o melhor consolo dos dias que vivo de tanto em tanto...

No âmago do amor, eu queimo na brasa em pranto
da ausência de um coração latente. E enquanto
Não completar o meu solitário, permaneço em recanto...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Onde o Amor Mora.

Escrevi pra ti hoje, um beijo
Escondido no canto esquerdo do lábio
Um desejo intrínseco e hábil
Que ficou guardado junto ao desejo.

Dobrei cuidadosamente o sentimento
Banhei-o no âmago dos meus pulsos
Inquietos, desacelerados e avulsos
Disritmados no balançar dos ferimentos..

Quis-te mais do que pude querer
E amei tua ausência mais do que pude suportar
E vivo entrelaçada nos teus olhos, hei deles beber!

Fico na esperança de um dia provar
Do teu amor, o mel puro e doce, para, enfim, ser
O beijo que nos teus lábios há de sempre morar!