quinta-feira, 10 de março de 2011

Farol


Cai a noite como terra na própria cova
A escuridão, suavemente, toma teu ser
Em sussurros, insustentável passa a ser
Parte de toda a desesperança que te afoga...

Caem as estrelas como facas e navalhas
No coração que está estendido sob a lua
O corpo antes de amor findou nas palavras tuas
Ou na ausência delas, solidão fiel que exalas.

Caem as lágrimas de um rosto morto
Que por ti chorou sangue até findar a vida
Contida em um amor oprimido, que pelo mal corto..

Caem as pálpebras, num ultimo olhar de ida
Como navio que parte sem jamais voltar a seu porto
Como alma vazia no mar aberto, sem chegada ou partida..

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