sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Baile de Prantos

Vesti-me da noite, pus minhas asas e, rua afora
Defronto-me com os lampejos febris de vagalumes
Brilho sutil, noite pálida e gritos em altos volumes
Abafados em travesseiros encharcados do pranto outrora..

De um lado, um amante lunar paira nos braços da amada
Do outro, uma senhora triste enxuga a lágrima derramada
A frente, uma incerteza que afronta a alma desolada
E atrás, um passado que assombra a face por ele condenada

Agora, asas que vesti vieram no tamanho errado
Contudo, nada mais me serviria naquele momento enfadonho
E se servissem, vestiriam tristeza, dor, meu traço já marcado..

Cai de joelhos, as pernas não suportam mais o sorriso tristonho
Ao olhar para o piso sombrio, vê nele um amigo semelhante calado
Que viu nela a dor do pisar, a vontade de viver em autocárcere medonho...

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