sexta-feira, 14 de maio de 2010

Fuga

Desde o dia em que, no mundo, colocaram-me
Das estelas e das nuvens, fiz meu luto
tristes fins, vagos começos, permaneço e luto
Por um espaço que não destinaram-me

Hoje, no meio da multidão, escondo-me
Pois a solidão é inerente à humanidade
Contudo, por mais humano, a dignidade
não é inerente ao vazio que envolve-me

E mesmo rodeada de rostos lapidados,
Lindos, felizes, falsos, contudo
são desiguais os sentimentos fadados

E por mais que eu tente nos meus achados
a vida disse-me, na primeira inspiração, tudo
"Serão cordeiros e por seus própros serão predados"

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