sábado, 16 de janeiro de 2010

Monólogo de um Mártir



Eu, doce filho da luta desumana

sobrevivi às catástrofes e às chacinas

das almas dantes amigas

que se inimizaram num lúgubre conto que vos chama



Sou aquele que morreu por muitos

e dos muitos tantos morreram por nada

sou aquele cujo acalanto não me enfarda

das tristes histórias que ouvi dos viventes fortuitos



da chama aprendi a matar; vendo a luz, a morrer

da hora fiz-me vítima; da desonra fui vitimado
e suas cinzas fizeram-me o fim conceber



Sabeis que não sou desonrado como o falado

pois da luta abstrai o grande conhecer

de que somos animais, do momento, escravizados.








em breve, um blog com comentários/críticas de livros.






5 comentários:

  1. acho que dizer que eu não sei comentar seria mentira. normalmente eu sei o que comentar, sim. mas é impressionante como as coisas que tu escreve me deixam sem reação. afinal, quantos talentos tu tem?

    ResponderExcluir
  2. Mell, tu, como sempre, mantem a sicronia perfeita entre o sentimentalismo e a expressão forte. Faz com que as pessoas que leem saiam pensativas, com um nó no coração, questionando-se como consegues passar tanta dor e amor ao mesmo tempo. Tenho orgulho de ter conhecido alguém tão emocionante e com essa capacidade incrível de escrever. Vou comprar teus livros, certamente! ♥

    ResponderExcluir
  3. Arrepios me subiram as costas.
    Vc escreve muito bem.Hj em dia todo mundo dá uma de poeta,mas acaba se ferrando na ordem das emoções ou sendo repetitivo ou monótono.Vc nom...sincronia perfeita.
    Me senti dentro de um campo de guerra,com chamas e mortos por toda parte.Caiu bem por tudo que está acontecendo no mundo.
    Melodioso e firme....amei mesmo
    Muito obrigada pela visita...me deixou até meio feliz...tbm tentarei vizitar sempre seu blog

    ResponderExcluir
  4. Uau! Muito bom, mesmo!
    lembrou muito Augusto dos Anjos, não sei se você já leu algo dele, poeta paraibano.

    parabéns! :)
    Ingrid Brasilino

    ResponderExcluir