Abro os olhos e desfaço-me dos sonhos
que por horas incessantes vivi na escuridão
do quarto, do pseudo-abrigo, da minha prisão
de ilusões desgastadas, ares enfadonhos
Quando vejo, encontro-me em olhos tristonhos
Espelhados numa imagem de trégua e submissão
A alma está cansada, o corpo em depressão
Da oxidação gradativa dos dias medonhos.
Mar aberto, com seus barcos de esperanças
que navegam por suas tormentuosas chamas
No dilúvio das doces e amargas lembranças
Afogo-me no teu leito, e tu ainda me chamas
Para afundar-me um pouco mais e, por fim, tuas lanças
Cravar-me-ão o peito e tirar-me-ão as restantes flamas...
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