ela não sabia se chorava, ou se engolia tudo de uma vez...
ela não sabia se sonhava, ou se matava tudo, como já o fez...
ela não sabia se acreditava em esperar ou padecer...
ela simplesmente não sabia de nada,
do inconveniente, do acaso..
inalcansavelmente arraso
toda a esperança que eu semeava, agora, está a falecer...
como patógeno indigente, como levedura inconsequente
como bacteriófago intransigente, experimentar invasivamente
um tratamento elétrico, uma confusão nos meus impulsos
fechando os olhos lentamente, quem sabe nos é conveniente...
ouvir os aplausos da nossa dramaturgia trágica e falida
fechar as cortinas pela ultiva vez, nossos últimos pulsos..
rasgando a carne, implorando pelo fim,
de um começo que nunca iniciara
de uma vida que tendeu e findara
no vício desumado do humano putrefado em seu festim...
festim? celebre! pois mais uma caixa chegara...
és d'alma da sóbria bêbada de sonhos
daquela que acreditou intensamente nos seus escombros...
jamais realizados, empoeirados, na caixa do tempo esquecera...
e ela não sabia se gritava por socorro,
imploro, gemo, choro ou corro?
correr pra onde? não existe solidão
não quando se constroi um abismo de monstros e podridão.
não existe sonhos brotando deste chão
não existe luz oriunda desse clarão
cujas luzes são irradiadas de escuridão
jamais apagarão
jamais desaparecerão
eternamente no meu abismo oculto ficar-se-ão.
entao por que não deixas-me ir?
por que não deixas-me dormir?
por que não permites-me sorrir?
por que não cedes-me o direito de ruir?
só mais uma vez. nesse abismo sem ir ou vir...
deixe-me ir.
deixe-me correr.
deixe-me sorrir.
deixe-me dormir.
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