quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Um Dia Qualquer de Outono

Era outono, e na relva resplandescente,
Ela se embelezava no fervor das folhas tímidas
Oh! Rico luto, também experimentado pelo rei Midas
Em que tudo que tocava, ouro fizera-se permanescente.

E da triste aura embebedou-se a sua senhora,
repousando suas gastas botas em plátanos que agora findam
Em seus ínfimos pensamentos, seus olhos insistem e ficam
Ruminando o martírio de uma estação sem estar em sua hora.

Vertendo em águas, seus olhos umedecem
Em desejos que já se foram, faz-se sua duradoura moradia
lapidada com as cinzas do tempo, fadadas, elas crescem  

Ao perfurarem seu coração, ela saboreia a alegria desvanecida
e em seu íntimo as incertezas permanecem
como uma singela lembrança de um outono em dia.


Mellanie Dutra

4 comentários:

  1. Mell, estou impressionada, tu escreve muito bem! Lindo poema! Tu, com certeza, é uma pessoa especial... *-*

    Bzo da tua vet de <3

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  2. Esplêndido =D
    Como é ótimo saber que temos esse tipo de coisa na família =D

    Keep going.

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  3. A sua sensibilidade em conseguir descrever tantas angústias sem desperdiçar uma palavra me impressiona e me maravilha.
    Cada uma delas tem seu lugar no espaço e me emocionam muito.

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