segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A Engenharia das Horas

O som atordoante do relógio. Ele chora...
Badalando na constante tristeza dos dias
minutos passam e, junto, certezas minhas
se esvaem no largo ponteiro da hora...
 
Quando chega a três, o acumulado desespero
Guardado na lágrima que agora pertence ao vento
Moi em poeira, antes vida, que o "sábio" tempo
Pediu-me pra esperar, sofro mais que espero...

Passando das cinco, até meia noite
Destilo sangue dos cansados olhos meus
Tentando arrancar minhas lágrimas com a cumplice foice...

No ultimo badalar, lembro dos olhos seus
Invadindo minha alma, e antes que a lembrança se fosse
Já me afogara em meus pulsos breus...

3 comentários:

  1. Agora mais perto do meu estilo XD
    Desesperadora, claustrofóbica, esplêndida como todas as outras poesias.

    Foda.

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  2. Achei esse um dos teus melhores, apesar de todos serem fantásticos!
    Me inspirou. Ou melhor, despertou a minha vontade de escrever algo novo, o que não faço faz tempo.

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  3. Bom poema! Gostei da temática de se afogar na espera por lembrar de alguém. Era como se só a memória pudesse chegar, não é? Não ele/ela? Entendi certo?

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