sexta-feira, 16 de julho de 2010

Monstro


Eu, quimera ambulante, enfadada da tristeza,
Sepulto os infelizes no meu coração putrefado
Julgo o amor por homícidio culposo de meu corpo arrancado
e de minh'alma funesta; sem dúvida, tampouco certeza.

Eu, quasímodo dos meus problema,
carrego a pesada solidão dos dias
e por mais chances que tu, amor, me concedias,
o fracasso é inerente, meu eterno emblema.

Eu, criatura amordaçada e eterna, sem fim
não me banhei dos prazeres que a vida ofereceu
coube a mim o destino de lutar pela alma enferma, enfim

Eu, ser desumanizado, cuja vida viveu
para a satisfação daqueles que não tiveram escolhas entre não e sim
Sou apto a morrer na esperança de vida, que não me concedeu...

2 comentários:

  1. É incrível o teu poder com as palavras, Mell. Continuo me surpreendendo contigo, com o teu dom de escolher as palavras certas, no lugar certo, criando sempre uma melodia perfeita.
    Tu me inspira como ninguém.

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  2. As melhores leituras são essas que nos deixam pensativos e sem palavras. Lê-la, pra mim, foi como sentar à beira de um rio ou lago... fico introspectivo e me sinto mais próximo de uma coisa real.

    Acaba de ganhar mais um seguidor!

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