segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Números Primos




Já tive dias em que acreditei, por um segundo
Que o amor um dia sorriria para mim, sem rodeios
Como sempre sorri por mais triste e cheia de devaneios
Como sempre acreditei que sorriria para todo mundo...

Já tive dias em que senti, por uma pequena fração
Que havia esperança na mais profunda escuridão
Que por mais que me encontrasse em inatingível depressão
Cri que, um dia, tirar-me-ias dessa amargura e podridão...

Mas agora, com todas as luzes apagadas
E todas as cortinas fechadas, sem aplauso nenhum
Vejo que talvez minha peça acabou antes das minhas entradas...

E de todo o medo que tive, restou apenas dele algum
Aquele que faz sombra na luz que sai das minhas palavras...
Medo esse de ser jamais dois, e eternamente único um...

2 comentários:

  1. MESMO COM A SOLIDÃO E A TRISTEZA, TUA ARTE, OU MELHOR, TEU DOM, NOS FAZ ACREDITAR QUE A VIDA PODE SER MUITO ESPECIAL.<3

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  2. Aí está a prova que a tristeza pode ser bela, ainda que desalentadora.
    Ela se manifesta na arte tocando nossa emoção, nos teus poemas podemos admirá-la. Acredito que a arte imite a vida, mas ñ apenas imita como dá brillho até mesmo ao que julgamos sombrio.
    Tu transforma com teus versos , a melancolia numa arte sublime.

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